“SOMBRAS DO PASSADO”
Haroldo Freitas
CONTINUAÇÃO (PG. 19)
avisou, também,
da necessidade dos envolvidos acreditarem, terem fé e transformarem os seus
conceitos de vida. Essa tarefa era sua e não poderia perder tempo. Já plantara
a semente no coração de Cida, reconhecia que não fora muito trabalhoso, mas com
o seu filho e sua neta o trabalho seria árduo e penoso. Realmente não poderia
perder tempo, arrumou-se e seguiu para a casa do filho.
Ao chegar à casa de Ronaldo, por volta das
nove horas da manhã, encontrou todos dormindo, com exceção dos empregados.
D. Glória, uma senhora de sessenta e cinco
anos, que trabalhou na casa da tia de Cida, inclusive ajudou-a a cria-la e
quando esta se casou a acompanhou, veio abrir à porta.
- Bom dia D. Beatriz.
- Bom dia D. Glória. A Cida já levantou?
- Ainda não. Aliás, os meninos também
estão dormindo. Entre, vamos para a sala de refeições do café da manhã. Vou
aceitar o seu convite, hoje é dia de folga da Janete e saí sem tomar café.
D. Beatriz acompanhou aquela senhora que
era considerada como uma pessoa da família, aliás, como mãe de criação da Cida,
tendo em vista que, desde a morte de seus pais e a sua ida para a cada da tia,
ela passou a tomar conta de Cida e dos irmãos, participando efetivamente na
educação dos três, desde a infância, adolescência e a maioridade, quando
casaram e saíram da casa da tia.
Após tomar o café, D. Beatriz foi para o
jardim e sentou-se em um banco sob a sombra de uma árvore e ficou a meditar
sobre os acontecimentos que estavam envolvendo a família de seu filho. Envolta
em seus pensamentos, assustou-se quando Cida tocou em seu ombro e falou:
- Bom dia D. Beatriz. Reclamei com a
Glória por não ter me chamado quando a senhora chegou.
- Bom dia. A D. Glória não tem culpa, eu
não deixei que ela a chamasse. Além de chegar muito cedo, precisava ficar só
por alguns minutos para colocar os meus pensamentos em ordem.
- Continua amanhã
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