“SOMBRAS DO PASSADO”
Haroldo Freitas
CONTINUAÇÃO (PG. 26)
livre
para Cida, que a esta altura, estava grávida. Quando Rodrigo nasceu, o amor e a
felicidade cresceram. Tudo era motivo de alegria. Até o choro do bebê, durante
a noite, era recebido como dádiva de DEUS. Tristeza e brigas não entravam
naquela casa, nem como simples palavras. Na sua vida profissional era um
vitorioso. Constantemente era elogiado pelos seus superiores, por sua
competência e dedicação ao trabalho.
Todavia, desde a gravidez de Carol, Cida
começou a se transformar e as coisas em casa começaram a desmoronar. Na ocasião
do nascimento da filha já tinha sido nomeado Gerente Geral da filial do Brasil
e, logicamente, a sua situação financeira e econômica melhoraram muito,
passando da classe média para a classe média alta. Com referencia ao conforto e
bens materiais nada faltava a sua família.
Entretanto, achava que, por ironia do
destino, quanto mais se aproximava do topo de sua carreira profissional e de
conquistas materiais, a sua vida familiar, o companheirismo com a esposa e
filhos e o diálogo em casa, iam, pouco a pouco, tornando-se mais difícil, mais
raro e tortuoso.
Até Cida
ficar grávida de Carol, a sua maior alegria era os fins de semana, pois, embora
não tivesse condição financeira para levar Cida e Rodrigo para passeios e
Restaurantes de luxo, eram felizes passando em casa, fazendo compras na feira,
passeando na praça do bairro, visitando D. Beatriz e aos domingos almoçando na
Pizzaria. Sempre os três juntos.
Hoje no quarto do Hotel, relembrando a sua
vida, após o nascimento de Carol, não conseguia lembrar o último fim de semana
que passara em casa, junto com a família. Apesar de passar mais tempo fora de
casa, sentia falta de Cida e ainda a amava muito, porém, parecia que alguém
tinha erguido uma barreira invisível, intransponível entre os dois. Bastava
transpor o portão de sua casa para ficar ansioso, nervoso e irritado.
Continua amanhã
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