IGREJA LIVRE
“Mas a Jerusalém que é de cima, é livre,
a qual é mãe de todos nós.”
- Paulo.
(Gálatas, 4:26.)
O exame
isolado deste versículo sugere um tema de infinita grandeza para os discípulos
religiosos do Cristianismo.
A palavra
do apóstolo aos gentios recorda-nos a igreja liberta do Cristo, não na esfera
estreita dos homens, mas no ilimitado pensamento divino.
O espírito
orgulhoso e sectário há tanto tempo dominante nas atividades da fé, encontra na
afirmativa de Paulo de Tarso um antídoto para as suas venenosas preocupações.
Em todas
as épocas, têm vivido na Terra os nobres excomungados, os incompreendidos
valorosos e os caluniados sublimes.
Passaram,
nos círculos das criaturas, qual acontece ainda hoje, perseguidos e
desprezados, entre o sarcasmo e a indiferença.
Por vezes,
sofrem o degredo social por não se aviltarem ante as explorações delituosas do
fanatismo; em outras ocasiões, são categorizados à conta de ateus pelas suas
ideias mal interpretadas.
É que, de
quando em quando, rajadas de ódios e dúvidas sopram nas igrejas desprevenidas
da Terra. Os crentes olvidam o “não julgueis” e confia-se a lutas angustiosas.
Semelhantes
atritos, contudo, não alteram a consciência tranquila dos anatematizados que se
sentem sob a tutela do Divino Poder. Instintivamente, reconhecem que além da
esfera obscura da ação física resplandece o templo soberano e invisível em que
Jesus recolhe os servidores fiéis, sem deter-se na cor ou no feitio de suas
vestimentas.
Benfeitores
e servos excomungados dos caminhos humanos se tendem uma consciência sem
mácula, não vos magoe a pedrada dos homens que se distanciam uns dos outros
pelo separatismo infeliz! Há uma Igreja Augusta e livre, na vida espiritual,
que é acolhedora mãe de todos nós!...
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