ANTE AOS INCRÉDULOS
“E conhecereis a verdade e a verdade vos
fará livres.”
Jesus
(João, 8:32)
“A resistência do
incrédulo, devemos convir, muitas vezes, provém menos dele do que da maneira
por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a
Inteligência per feita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta
ver, é preciso, sobre tudo, compreender.”
(Cap. 19, Item 7)
Compadeçamo-nos dos incrédulos que se arremetem contra as
verdades do espírito, intentando penetrá-las à força.
Semelhantes necessitados chegam de todas as
procedências... De paisagens calcinadas pelo fogo do sofrimento, de caminhos
que a provação encharca de pranto, de furnas da aflição em que jaziam
acorrentados ao desespero. Outros existem que nos atingem as portas, conturbado
pelo clima de irreflexão a que se calam, ou trazendo sarcasmos no pensamento imaturo,
quais crianças barulhentas em recintos graves da escola.
Muitas vezes, nas trilhas da atividade cotidiana, somos
tentados a categorizá-los por viajores de indesejável convívio, entretanto, os
que surgem dementados pela dor e aqueles outros que se acomodam com a
leviandade pela força própria da inexperiência, não serão igualmente nossos
irmãos, diante de Deus?
Certo que não nos é lícito entregar-lhes, em vão, energia
e tempo, quando se mostrem distantes da sinceridade que devemos uns aos outros,
mas se anelam realmente aprendizado e renovação, saibamos auxiliá-los a
compreender que pesquisa e curiosidade somente valem se acompanhadas de estudo
sério e trabalho digno.
Estendamos aos companheiros que o ateísmo enrijece algo de
nossas convicções que os ajude a refletir na própria imortalidade.
Diligenciemos partilhar com eles o alimento da fé, na mesma espontaneidade de
quem divide os recursos da mesa.
Todavia, perguntarás, e se recusam obstinados e irônicos,
os bens que lhes ofertamos? E se nos apagam, a golpes de violência, as
lanternas de amor que lhes acendamos na estrada?
Se indagações assim podem ser formuladas por nossa
consciência tranquila, após o desempenho do nosso dever de fraternidade, será
preciso consultar a lógica e a lógica nos dirá que eles são cegos de espírito
que nos cabe amparar, em silêncio, na clínica da oração.
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