PALAVRAS DE JESUS
“Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem regam, nem
ajuntam em celeiros; e vosso Pai Celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais
valor do que elas?”
Jesus (Mateus, 6:26)
“Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê como for
necessário. O homem, porém, insaciável nos seus desejos, nem sempre sabe
contentar se com o que tem: o necessário não lhe basta, reclama o supérfluo.
A Providência, então, o deixa entregue a
si mesmo.”
(Cap. 25, 7)
Vale-se muita gente do Evangelho
para usar as expressões literais do Senhor, sem qualquer consideração para com
o sentido profundo que as ditou, simplesmente para exaltar conveniência e
egoísmo.
Exortou o Divino Mestre: “Não vos
inquieteis pelo dia de amanhã”.
Encontramos aqueles que se baseiam
nestas palavras, destinadas a situar-nos na eficiência tranquila, para
abraçarem deserção e preguiça, olvidando que o próprio Jesus nos advertiu:
“Andai enquanto tendes luz” .
Asseverou o Eterno Amigo: “Nem só
de pão vive o homem”. Há companheiros que se estribam em semelhante conceito,
dedicado a preservar-nos contra a volúpia da posse, para assumirem atitudes de
relaxamento e desprezo, à frente do serviço de organização e previdência da
vida material, sem se lembrarem de que Jesus multiplicou pães, no monte,
socorrendo a multidão cansada e faminta.
Afirmou o Excelso Benfeitor:
“Realmente há Céus”.
Em todos os círculos do ensinamento
cristão, aparecem os que se aproveitam da afirmativa, dedicada a imunizar-nos contra
as calamidades da avareza, para lançarem diatribes contra o dinheiro e
sarcasmos contra os irmãos chamados a manejá-lo, na sustentação do trabalho e
da beneficência, da educação e do progresso, incapazes de recordar que Jesus
honrou a finança dignamente empregada, até mesmo nos dois vinténs com que a
viúva pobre testemunhou a própria fé.
Disse o Cristo: “Não julgueis”.
Em toda parte, surpreendemos os que
se prevalecem do aviso que nos acautela contra os desastres da intolerância,
para acobertarem viciação e má fé sem se prevenirem de que Jesus nos recomendou
igualmente: “Orai e vigiai a fim de não caírdes em tentação.”
Admoestou o Mestre dos Mestres: “Ao
que vos pedir a túnica, cedei também a capa.”
Não poucos mobilizam o assento
consagrado a impelir-nos ao culto do desprendimento e da gentileza, para
estabelecerem regimes de irresponsabilidade e negligência, quando o Cristo nos
preceituou a obrigação de entregar a cada um aquilo que lhe pertence, até mesmo
nas questões mínimas do imposto exigido pelos poderes públicos, ao solicitar-nos:
“Dai a César o que é de César”.
Não podemos esquecer que as
palavras do Cristo, no curso dos séculos, receberam interpretações adequadas
aos interesses de grupos, circunstâncias, administrações e pessoas.
A Doutrina Espírita brilha hoje,
porém, diante do Evangelho, não apenas para aliviar e consolar, mas também para
instruir e esclarecer.
CONTINUA AMANHÃ
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