EM LOUVOR DA PRECE
“Quando quiserdes orar entrai para o vosso quarto e fechada a
poria, oral ao Pai, no intimo; e o Pai que vê: no intimo, vos recompensará.”
Jesus (Mateus, 6:6)
“Orai, enfim, com humildade, como o publicano e não com orgulho,
como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades e, se vos
comparar aos outros, procurai o que há
em vós de mau.”
(Cap. 27, Item 4)
Pediste em oração a cura de doentes
amados e a morte a pagou-lhes as pupilas, regelando-te o coração; solicitaste o
afastamento da prova e o acidente ocorreu, esmagando-te as esperanças;
suplicaste n sustação da moléstia e a doença chegou a infligir-se deformidade
completa; imploraste suprimentos materiais e a carência te bate à porta.
Mas se não abandonares a prece,
aliada ao exercício das boas obras, granjearás paciência e serenidade,
entendendo, por fim, que a desencarnação foi socorro providencial, impedindo
sofrimentos insuportáveis: que o desastre se constitui em medida de emerg6encia
para evitar a calamidades maiores; que a mutilação física é a defesa da própria
alma contra quedas morais de soerguimento difícil e que as dificuldades da
penúria são lições da vida, a fim de que a finança demasiada não se faça veneno
ou explosivo nas tuas mãos.
Da mesma forma, quando suplicamos
perdão das próprias faltas à Eterna Justiça, não bastam o pranto de compunção e
a postura de reverência. Após o reconhecimento dos compromissos que nos são debitados
no livro do espírito, continuamos tão aflitos e tão desditosos quanto antes.
Contudo, se perseveramos na prece, com o serviço das boas ações que nos atestam
a corrigenda, a breve trecho, perceberemos que a Lei nos restitui a
tranquilidade e a libertação, com o ensejo de apagar as consequências de nossos
erros, reintegrando-nos no respeito e na estima de todos aqueles que erigimos à
condição de credores e adversários.
Se guardares esse ou aquele
problema de consciência, depois de haver rogado perdão à Divina Bondade, sob o
pretexto de continuar no fogo invisível da inquietação, não te afastes da prece
mesmo assim.
Prossegue orando, fiel ao bem que
te revele o espírito renovado.
A prece forma o campo do pensamento
puro e toda construção respeitável começa na ideia nobre.
Realmente, sem trabalho que o
efetive o mais belo plano é sempre um belo plano a perder-se.
Não vale prometer sem cumprir.
A oração, dentro da alma comprometida
em lutas na sombra, assemelha-se à lâmpada que se acende numa casa
desarranjada; a presença da luz não altera a situação do ambiente desajustado e
nem remove os detritos acumulados no recinto doméstico, entretanto, mostra sem
alarde o serviço que se deve fazer.
CONTINUA AMANHÃ
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