Para e pensa
“... e a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá...”
Jesus (Lucas, 12: 48)
“O primeiro cuidado de todo espírita sincero deve ser o de
procurar saber se, nos conselhos que os Espíritos dão, alguma coisa não há que
lhe diga respeito.”
(Cap. 18, Item 12)
Se a perturbação, por ventania
gritante, ruge à porta, não te entregues aos pensamentos desordenados que
aflições e temores te sugiram à alma. Para e pensa.
Escorregaste no erro e experimentas
a inquietação decorrente da falta cometida, como se te imobilizasses na
vertigem permanente da queda...
Aceitaste o alvitre de ilusões
ardilosas e tomaste caminho inverso, reconhecendo-te na condição de alguém cujo
veículo dispara em declive ameaçador, no rumo do abismo...
Superestimaste as próprias forças e
assumiste compromissos acima da própria capacidade, lembrando um discípulo
injustamente guilhotinado num teste de competência, para o qual se encontra ainda
imaturo...
Viste companheiros queridos
internados em labirintos de sombra, assentando baterias contra a lógica, a te
depreciarem o culto à sinceridade e trazes, por isso, o coração arpoado por
doloroso desencanto.
Sofreste perdas consideráveis e
guardas o espírito, à feição de barco à deriva.
Distorceste o raciocínio, sob o
efeito de palavras loucas desfechadas no em que vives e cambaleias, qual se
tivesses o ânimo ferroado por dardos de fogo e fel.
Recorda, porém, que pacificação e
reajuste são recursos de retorno à tranquilidade e à estrada certa.
Entretanto, recuperação e paz em
nós reclamam reconhecimento do dever a cumprir.
A vista disso, se desatinos dessa
ou daquela procedência te visitam a alma, entra em ti mesmo e acende a luz da
prece, reexaminando atitudes e reconsiderando problemas, entendendo que a
renovação somente será verdadeira renovação para o bem, não à custa de
compressões exteriores, mas se projetarmos ao tear da vida o fio do próprio
pensamento, intimamente reajustado e emendado por nós.
CONTINUA AMANHÃ
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