Na exaltação do trabalho
“O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à
terra”.
Jesus (Marcos, 4:26)
“Ânimo, trabalhadores tomai dos vossos arados e das vossas
charruas; lavrai os vossos corações; arrancai deles a cizânia; semeai a boa semente que o Senhor vos confia e o orvalho do
amor lhe fará produzir frutos de caridade.”
(Cap. 18, Item 15)
Para considerar a importância do
trabalho, relacionemos particularmente algumas das calamidades da inércia, no
plano da natureza.
A casa longamente desabitada afasta-se
da missão de albergar os que vagueiam sem teto e, em seguida, passa à condição
de reduto dos animais inferiores que a mobilizam por residência.
O campo largado em abandono furta-se
ao cultivo dos elementos nobres, necessários à Inteligência na Terra e
transforma-se, gradativamente, em deleitoso refúgio da tiririca.
O poço de águas trancadas foge de
aliviar a sede das criaturas, convertendo-se para logo em piscina de vermes.
O arado ocioso esquece a alegria de
produzir e, com o decurso do tempo,
Incorpora em si mesmo a ferrugem
que o desgasta.
A roupa que ninguém usa distancia-se
da tarefa de abrigar quem tirita ao relento e faz-se, pouco a pouco, a moradia
da traça que a destrói.
O alimento indefinidamente guardado
sem proveito deixa a função que lhe cabe no socorro aos estômagos desnutridos e
acaba alentando os agentes da decomposição em que se corrompe.
Onde estiveres, lembra-te de que a
vida é caminhada, atividade, progresso, movimento e incessante renovação para o
Bem Eterno.
Trabalho é o infatigável
descobridor.
Transpõe dificuldades, desiste da
irritação, olvida mágoas, entesoura os recursos da experiência e prossegue
adiante.
Quem persevera na preguiça, não somente
deserta do serviço que lhe compete fazer, mas abre também as portas da própria
alma à sombra da obsessão em que fatalmente se arruinará.
CONTINUA AMANHÃ
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