Meio bem
“E porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva à
vida, poucos há que a encontrem.”
Jesus (Mateus, 7:14)
“Amados ir mãos, aproveitai dessas lições; é difícil é praticá-las, porém, a alma colhe delas imenso bem. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos
peço: ‘Amai-vos’ e vereis a Terra em breve transformada em paraíso, onde as
almas dos justos virão repousar .”
(Cap. 11, Item 9)
Frequentemente, somos defrontados
por aqueles que admiram o amor aos semelhantes e que, sem coragem para cortar
as raízes do apego si próprios, se afeiçoam às atividades do meio bem, continuando
envolvidos no movimento do mal.
Emprestam valioso concurso a quem
administra, mas requisitam favores e privilégios, suscitando dificuldades.
Financiam tarefas beneficentes,
distendendo reais beneficentes, no entanto, cobram tributos de gratidão,
multiplicando problemas.
Entram em lares sofredores, fazendo-se
necessários pelo carinho que demonstram, mas solicitam concessões que ferem,
quais rijos golpes.
Oferecem cooperação preciosa em socorrendo
as aflições alheias, no entanto, exigem atenções especiais, criando
constrangimentos.
Alimentam necessitados e podem-lhes
cargas nos ombros.
Acolhem crianças menos felizes,
reservando-lhes o jugo da servidão no abrigo familiar.
Elogiam companheiros para que esses
mesmos companheiros lhes erijam um trono.
Protegem amigos diligenciando
convertê-los em joguetes e escravos.
Não desconhecemos que todo
cultivador espera resultados da lavoura a que se dedica e nem ignoramos que
semear e colher conforme a plantação constituem operações matemáticas no
mecanismo da Lei.
Examinamos aqui tão somente a
estranha atitude daqueles que não negam a eficácia da abnegação, entregando-se,
porém, ao desvairado egoísmo de quem costuma distribuir cinco moedas, no
auxilio aos outros, com a intenção de obter cinco mil.
Efetivamente, o mínimo bem vale por
luz divina, mas se levado a efeito sem propósitos secundários, como no caso da
humilde viúva do Evangelho que se destacou, nos ensinamentos do Cristo por haver
cedido de si mesma a singela importância de dois vinténs sem qualquer condição.
Precatemos desse modo, contra o
sistema do meio bem, por onde o mal se insinua, envenenando a fonte das boas
obras.
Estrada construída pela metade
patrocina acidentes.
Víboras penetram em casa, varando
brechas.
O bem pede doação total para que se
realize no mundo o bem de todos.
É por isso que a Doutrina Espírita
nos esclarece que o bem deve ser praticado com absoluto desinteresse e
infatigável devotamento, sem que nos seja licito, em se tratando de nossa
pessoa, reclamar bem algum.
CONTINUA AMANHÃ
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