Nas Sendas do Mundo
“Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo
consomem e onde os ladrões minam e roubam.”
Jesus (Mateus, 6: 19)
“Meus filhos, na sentença: ‘Fora da caridade não há salvação’,
estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no Céu; na Ter r a, por que à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no Céu, por que os que a houver em praticado, acharão graças diante
do Senhor.”
(Cap. 15, Item 10)
Deus que nos auxilia sempre nos
permite possuir, para que aprendamos também a auxiliar.
Habitualmente, atraímos a riqueza e
supomos detê-la para sempre, adornando-nos com as facilidades que o ouro proporciona...
Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as posses
exteriores e se algo nos fica será simplesmente a plantação das migalhas de
amor que houvermos distribuído, creditadas em nosso nome pela alegria, ainda
mesmo precária e momentânea, daqueles que nos fizeram a bondade de recebê-las.
Via de regra, amontoamos títulos de
poder e admitimo-nos donos deles, enfeitando-nos com as vantagens que a
influência prodigaliza... Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos
despojados de todas as primazias de convenção e se algo fica será simplesmente
o saldo dos pequenos favores que houvermos articulado mantidos em nosso nome
pelo alívio, ainda mesmo insignificante e despercebido, daqueles que nos
fizeram a gentileza de aceitar-nos os impulsos fraternos.
Geralmente repetimos frases
santificantes, crendo-as definitivamente incorporadas ao nosso patrimônio
espiritual, ornando-nos com o prestigio que a frase brilhante atribui...
Um dia, porém, nas fronteiras da morte,
somos despojados de todas as ilusões e se algo nos fica será simplesmente a
estreita coleção dos benefícios que houvermos feito, assinalados em nosso nome
pelo conforto, ainda mesmo ligeiro e desconhecido, daqueles que nos deram
oportunidade a singelos ensaios de elevação.
Serve onde estiveres e como
puderes, nos moldes da consciência tranquila.
Caridade não é tão somente a divina
virtude, é também o sistema contábil do Universo, que nos permite a felicidade
de auxiliar para sermos auxiliados.
Um dia, nas alfândegas da morte, toda
a bagagem daquilo de que não necessites ser-te-á confiscada, entretanto, as
Leis Divinas determinarão recolhas, com avultados juros de alegria, tudo o que
destes do que és, do que fazes, do que sabes e do que tens, em socorro dos
outros, transfigurando-te as concessões em valores eternos da alma, que te
assegurarão amplos recursos aquisitivos no Plano Espiritual.
Não digas, assim, que a propriedade
não existe ou que não vale dispor disso ou daquilo.
Em verdade, devemos a Deus tudo o
que temos, mas possuímos o que damos.
CONTINUA AMANHÃ
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