Dinheiro, o servidor.
“Disse-lhes o Senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco
foste fiel, sobre muito te colocarei.”
Jesus (Mateus, 25:23)
“A pobreza é para os que a sofrem à prova da paciência e da
resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da
abnegação.”
(Cap. 16; 8)
O dinheiro é semelhante à alavanca
suscetível de ser manejada para o bem ou para o mal.
Acorrentado ao poste da avareza,
produz o azinhavre da sovinice, contudo, sob a inspiração do trabalho, é o
lidador fiel que assegura os frutos do milharal e as paredes da escola, a
cantiga do malho e a força da usina.
Atrelado ao carro do orgulho é o
estimulante do erro, mas, na luz da fraternidade, é o obreiro da renovação
incessante, enriquecendo o solo e construindo a cidade, desdobrando os fios do
atendimento e garantindo os valores da educação.
Aferrolhado no cofre da ambição
desvairada, é o inimigo da evolução, todavia, endereçado à cultura, é o agente
do progresso, auxiliando o homem a solucionar os enigmas da enfermidade e a resolver
os problemas da fome, a compreender os mecanismos da natureza e a inflamar o
esplendor da civilização que analisa a terra e vasculha o firmamento.
Detido na sombra do egoísmo é o
veneno que promove a secura do sentimento, no entanto, confiado à caridade, é o
amigo prestimoso que desabotoa rosas de alegria no espinheiral da provação,
alimentando pequeninos desamparados e sustentando mães esquecidas, levantando
almas abatidas que o Infortúnio a lanceia e Iluminando lares desditosos que a
necessidade escurece.
Dinheiro! Repara o dinheiro! Dizem
que ele é o responsável pelo transeunte que a embriaguez atira à calçada, pelo
delinquente escondido nas aventuras da noite, pelo irmão infeliz que anestesiou
a consciência na cocaína e pela mão insensível que matou a criancinha no
claustro materno, entretanto, por trás da garrafa e da arma delituosa, tanto
quanto na retaguarda do entorpecente e do aborto, permanece a inteligência
humana, que escraviza a moeda à criminalidade e à loucura.
Contempla o dinheiro, pensando no
suor e no sangue, na vigília e na aflição de todos aqueles que choraram e
sofreram para ganha-lo e vê-lo-ás por servidor da felicidade e do aprimoramento
do mundo, a rogar em silêncio para que lhe ensines a realizar o bem que lhe
cabe fazer.
CONTINUA AMANHÃ
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