Concessões
“Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe
emprestes.”
Jesus (Mateus; 6:42)
“Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o
próximo, todos os deveres do próximo, todos os deveres do homem se resumem
nesta máxima: Fora da caridade não há salvação.”
(cap. 15, Item 42)
Enquanto podes agir no corpo
terrestre, medita, de quando em quando, naqueles que largaram, sob regime de
compulsória, os talentos que o mundo lhe confiou.
Para isso, não é necessário
recorrer ao arquivo dos milênios e nem consultar a pompa dos museus.
Alinha na memória os que viste
partir nos últimos vinte anos!
Líderes do povo, que detinham o poder
de influenciar a multidão, abandonaram o leme das ideias que governavam,
impelidos de chofre a varar a névoa do túmulo delegações de competência para
resolver as necessidades do próximo, viram-se,
de momento para outro, privados das propriedades que ajuntaram, coagidos
a entrega-las ao arbítrio dos descendentes.
Missionários de diferentes climas
religiosos, que mantinham a possibilidade de consolar e instruir desceram,
precipitadamente, das galerias de autoridade, em que traçavam princípios para
as estradas alheias.
Criadores do pensamento, que
sustinham a prerrogativa de impressionar pessoas através do verbo falado ou
escrito, tiveram, de súbito, a palavra cassada pela desencarnação ou pela
afasia, muitas vezes, no exato momento em que mais desejavam comandar a
oratória ou o cérebro lúcido...
Pensa neles, os beneficiários das
concessões divinas que te precederam na morte e fazei hoje algo melhor que
ontem, nos domínios do bem para que o bem te favoreça.
Não apenas os dons da inteligência,
mas também o corpo físico, as vantagens diversas, os patrimônios afetivos e até
mesmo as dores que te povoam as horas são recursos de que te aproprias na Terra,
com permissão do Senhor, para investi-los na construção da própria felicidade.
As leis que vigem no plano físico
são fundamentalmente as mesmas que orientam as criaturas no plano espiritual.
Um empréstimo fala sempre da
generosidade do credor que o concede, mas revela igualmente, na contabilidade
da vida, o bem ou o mal que se faz com ele.
CONTINUA AMANHÃ
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