CRISTÃOS SEM CRISTO
“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados que
eu vos aliviarei.”
Jesus (Mateus, 11: 28)
“Assim, o Espiritismo realiza o que
Jesus disse do
Consolador prometido: conhecimento
das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem par a onde vai e por que está
na Terra; atrai par a os verdadeiros princípios da lei de Deus, consola pela fé
e pela esperança”.
(Cap. VI, Item 4)
Reverencia o Divino Mestre, com
todas as forças da alma, entretanto, não menosprezes honrá-lo na pessoa dos
semelhantes.
Guarda-lhe as memórias entre flores
de carinho, mas estende os braços aos que clamam por ele, entre os espinhos da
aflição.
Esculpe-lhe as reminiscências nas
obras primas da estatutária, sem qualquer intuito de idolatria, satisfazendo
aos ideais de perfeição que a beleza te arranca aos sonhos de arte, no entanto,
socorre, pensando nele, aos que passam diante de ti, retalhados pelo cinzel
oculto do sofrimento.
Imagina1he o semblante aureolado de
amor, ao fixa-lo nas telas em que se te corporifiquem os anseios de luz, mas
suaviza o infortúnio dos que esperam por ele, nos quadros vivos da angústia
humana.
Proclama lhe a glória invencível no
verbo eloquente, mas deixa que a sinceridade e a brandura te brilhem na boca,
serenando, em seu nome, os corações atormentados que duvidam e se perturbam
entre as sombras da Terra.
Grava-lhe os ensinamentos
inesquecíveis, movimentando a pena que te configura as luminosas inspirações,
no entanto, assinala as diretrizes dele com, a energia renovadora dos teus
próprios exemplos.
Dedica-lhe os cânticos de
fidelidade e louvor que te nascem da gratidão, mas ouve os apelos dos que jazem
detidos nas trevas, suplicando-lhe liberdade e esperança.
Busca-lhe a presença, no culto da
prece, rogando-lhe apoio e consolação, no entanto, oferece-lhe mãos operosas no
auxílio aos que varam o escuro labirinto da agonia moral, para os quais essa ou
aquela ninharia de tuas facilidades constitui novo estímulo à paciência.
Através de numerosas reencarnações,
temos sido cristãos sem Cristo.
Conquistadores, não nos pejávamos
de implorar-lhe patrocínio aos excessos do furto.
Latifundiários cruéis, não nos
envergonhávamos de solicitar-lhe maior numero de escravos que nos atendessem ao
despotismo, em clamorosos sistemas de servidão.
Piratas, dobrávamos insensatamente
os joelhos para agradecer-lhe a presa fácil.
Guerreiros, impetrávamos dele, em
absoluta insanidade, nos inspirasse o melhor modo de oprimir.
Agora que a Doutrina Espírita nô-lo
revela, por mentor claro e direto da alma, ensinando-nos a responsabilidade de
viver, é imperioso saibamos dignifica-lo na própria consciência, acima de
demonstrações exteriores, procurando refleti-lo em nós mesmos.
Entretanto, para, que isso
aconteça, é preciso, antes de tudo, matricular o raciocínio na escola da
caridade, que será sempre a mestra sublime do coração.
CONTINUA AMANHÃ
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