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FALATÓRIOS
“Mas evita os falatórios
profanos, porque produzirão maior impiedade.” - Paulo. (II Timóteo, 2:16).
Poucas expressões da vida social ou
doméstica são tão perigosas quanto o falatório desvairado, que oferece vasto
lugar aos monstros do crime.
A atividade religiosa e científica
há descoberto numerosos fatores de desequilíbrio no mundo, colaborando eficazmente
por extinguir-lhes os focos essenciais.
Quanto se há trabalhado,
louvavelmente, no combate ao álcool e à sífilis?
Ninguém lhes contesta a influência
destruidora. Arruínam coletividades, estragam a saúde, deprimem o caráter.
Não nos esqueçamos, porém, do
falatório maligno que sempre forma, em derredor, imensa família de elementos enfermos ou aviltantes, à feição de vermes letais que proliferam no silêncio
e operam nas sombras.
Raros meditam nisto.
Não será, porventura, o verbo
desregrado o pai da calúnia, da maledicência, do mexerico, da leviandade, da
perturbação?
Deus criou a palavra, o homem
engendrou o falatório.
A palavra digna infunde consolação
e vida. A murmuração perniciosa propicia a morte.
Quantos inimigos da paz do homem se
aproveitam do vozeirão insensato, para cumprirem criminosos desejos?
Se o álcool embriaga os viciosos,
aniquilando-lhes as energias, que dizer da língua transviada do bem que destrói
vigorosas sementeiras de felicidade e sabedoria, amor e paz? Se há educadores
preocupados com a intromissão da sífilis, por que a indiferença alusiva aos
desvarios da conversação?
Em toda parte, a palavra é índice
de nossa posição evolutiva. Indispensável aprimorá-la, iluminá-la e enobrecê-la.
Desprezar as sagradas
possibilidades do verbo, quando a mensagem de Jesus já esteja brilhando em
torno de nós, constitui ruinoso relaxamento de nossa vida, diante de Deus e da
própria consciência.
Cada frase do discípulo do
Evangelho deve ter lugar digno e adequado.
Falatório é desperdício. E quando
assim não seja, não passa de escura corrente de venenos psíquicos, ameaçando
espíritos valorosos e comunidades inteiras.
CONTINUA AMANHÃ
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