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CONTRA A INSENSATEZ
“Sois vós tão insensatos que,
tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?” – Paulo. (Gálatas,
3:3.)
Um dos maiores desastres no caminho
dos discípulos é a falsa compreensão com que iniciam o esforço na região
superior, marchando em sentido inverso para os círculos da inferioridade. Dão,
assim, a idéia de homens que partissem à procura de ouro, contentando-se, em
seguida, com a lama do charco.
Semelhantes fracassos se fazem
comuns, nos vários setores do pensamento religioso.
Observamos enfermos que se dirigem
à espiritualidade elevada, alimentando nobres impulsos e tomados de preciosas
intenções; conseguida a cura, porém, refletem na melhor maneira de aplicarem as
vantagens obtidas na aquisição do dinheiro fácil. Alguns, depois de auxiliados
por amigos das esferas sublimadas, em transcendentes questões da vida eterna,
pretendem atribuir a esses mesmos benfeitores a função de policiais humanos, na
pesquisa de objetivos menos dignos.
Numerosos aprendizes persistem nos
trabalhos do bem; contudo, eis que aparecem horas menos favoráveis e se
entregam, inertes, ao desalento, reclamando prêmio aos minguados anos
terrestres em que tentaram servir na lavoura do Mestre Divino e plenamente
despreocupados dos períodos multimilenários em que temos sido servidos pelo
Senhor.
Tais anomalias espirituais que
perturbam consideravelmente o esforço dos discípulos procedem dos filtros
venenosos compostos pelos pruridos de recompensa.
Trabalhemos, pois, contra a
expectativa de retribuição, a fim de que prossigamos na tarefa começada, em
companhia da humildade, portadora de luz imperecível.
CONTINUA AMANHÃ
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