107
PIEDADE
“Mas é grande ganho a piedade
com contentamento.” – Paulo. (1ª Epístola a Timóteo, 6:6.)
Fala-se muito em piedade na Terra,
todavia, quando assinalamos referências a semelhante virtude, dificilmente discernimos
entre compaixão e humilhação.
– Ajudo, mas este homem é um
viciado.
– Atenderei, entretanto, essa
mulher é ignorante e má.
– Penalizo-me, contudo, esse
irmão é ingrato e cruel.
–Compadeço-me, todavia,
trata-se de pessoa imprestável.
Tais afirmativas são reiteradas a
cada passo por lábios que se afirmam cristãos.
Realmente, de maneira geral, só
encontramos na Terra essa compaixão de voz macia e mãos espinhosas.
Deita mel e veneno.
Balsamam feridas e dilacera-as.
Estende os braços e cobra dívidas
de reconhecimento.
Socorre e espanca.
Ampara e desestimula.
Oferece boas palavras e lança
reptos hostis.
Sacia a fome dos viajores da
experiência com pães recheados de fel.
A verdadeira piedade, no entanto, é
filha legítima do amor.
Não perde tempo na identificação do
mal.
Interessa-se excessivamente no bem
para descurar-se dele em troca de ninharias e sabe que o minuto é precioso na
economia da vida.
O Evangelho não nos fala dessa
piedade mentirosa, cheia de ilusões e exigências.
Quem revela energia suficiente
para abraçar a vida cristã, encontra recursos de auxiliar alegremente.
Não se
prende às teias da crítica destrutiva e sabe semear o bem, fortificar-lhe os
germes, cultivar-lhe os rebentos e esperar-lhe a frutificação.
Diz-nos Paulo que a “piedade com
contentamento” é “grande ganho” para a alma e, em verdade, não sabemos de outra
que nos possa trazer prosperidade ao coração.
CONTINUA AMANHÃ
Nenhum comentário:
Postar um comentário