Francisco Cândido Xavier
Pão Nosso
2o
livro da Coleção “Fonte Viva”
(Interpretação
dos Textos Evangélicos)
Ditado pelo Espírito
Emmanuel
No Serviço Cristão
“Porque todos devemos
comparecer ante o tribunal do Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver
feito, estando no corpo, o bem ou o mal.” – Paulo. (2ª Epístola aos Coríntios,
5:10.)
Não falta quem veja no Espiritismo
mero campo de experimentação fenomênica, sem qualquer significação de ordem
moral para as criaturas.
Muitos aprendizes da consoladora
Doutrina, desse modo, limitam-se às investigações de laboratório ou a discussões
filosóficas.
É imperioso reconhecer, todavia,
que há tantas categorias de homens desencarnados, quantas são as dos encarnados.
Entidades discutidoras, levianas,
rebeldes e inconstantes transitam em toda parte. Além disso, incógnitas e problemas
surgem para os habitantes dos dois planos.
Em vista de semelhantes razões, os
adeptos do progresso efetivo do mundo, distanciados da vida física, pugnam pelo
Espiritismo com Jesus, convertendo-nos o intercâmbio em fator de
espiritualidade santificante.
Acreditamos que não se deve atacar
outro círculo de vida, quando não nos encontramos interessados em melhorar a
personalidade naquele em que respiramos.
Não vale pesquisar recursos que não
nos dignifiquem.
Eis por que para nós outros, que
supomos trazer o coração acordado para a responsabilidade de viver, Espiritismo
não expressa simples convicção de imortalidade: é clima de serviço e
edificação.
Não adianta guardar a certeza na
sobrevivência da alma, além da morte, sem o preparo terrestre na direção da
vida espiritual. E nesse esforço de habilitação, não dispomos de outro guia
mais sábio e mais amoroso que o Cristo.
Somente à luz de suas lições
sublimes é possível reajustar o caminho, renovar a mente e purificar o coração.
Nem tudo o que é admirável é
divino.
Nem tudo o que é grande é
respeitável.
Nem tudo o que é belo é santo.
Nem tudo o que é agradável é útil.
O problema não é apenas de saber. É
o de reformar-se cada um para a extensão do bem.
Afeiçoemo-nos, pois, ao Evangelho
sentido e vivido, compreendendo o imperativo de nossa iluminação interior,
porque, segundo a palavra oportuna e sábia do Apóstolo, “todos devemos
comparecer ante o tribunal do Cristo, a fim de recebermos, de acordo com o que
realizamos, estando no corpo, o bem ou o mal”.
EMMANUEL
Pedro Leopoldo, 22 de fevereiro de
1950.
1
Mãos à obra
“Que fareis, pois, irmãos?
Quando vos ajuntais, cada um de vós tem doutrina, tem revelação, tem língua,
tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” – Paulo. (1ª Epístola aos
Coríntios, 14:26.)
A igreja de Corinto lutava com
certas dificuldades mais fortes, quando Paulo lhe escreveu a observação aqui
transcrita.
O conteúdo da carta apreciava
diversos problemas espirituais dos companheiros do Peloponeso, mas podemos insular
o versículo e aplicá-lo a certas situações dos novos agrupamentos cristãos,
formados no ambiente do Espiritismo, na revivescência do Evangelho.
Quase sempre notamos intensa
preocupação nos trabalhadores, por novidades em fenomenologia e revelação.
Alguns núcleos costumam paralisar
atividades quando não dispõem de médiuns adestrados.
Por quê?
Médium algum solucionará, em
definitivo, o problema fundamental da iluminação dos companheiros.
Nossa tarefa espiritual seria
absurda se estivesse circunscrita à freqüência mecânica de muitos, a um centro
qualquer, simplesmente para assinalarem o esforço de alguns poucos.
Convençam-se os discípulos de que o
trabalho e a realização pertencem a todos e que é imprescindível se movimente
cada qual no serviço edificante que lhe compete. Ninguém alegue ausência de
novidades, quando vultosas concessões da esfera superior aguardam a firme
decisão do aprendiz de boa vontade, no sentido de conhecer a vida e elevar-se.
Quando vos reunirdes, lembrai a
doutrina e a revelação, o poder de falar e de interpretar de que já sois detentores
e colocai mãos à obra do bem e da luz, no aperfeiçoamento indispensável.
CONTINUA AMANHÃ
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