151
Maledicência
“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal
de um irmão, fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és
observador da lei, mas juiz.” (Tiago, 4:11.)
Nem todas as horas são adequadas ao rumo da ternura na esfera
das conversações leais.
A palestra de esclarecimento reclama, por vezes, a energia
serena em afirmativas sem indecisão; entretanto, é indispensável grande cuidado
no que concerne aos comentários posteriores.
A maledicência espera a sinceridade para turvar-lhe as águas
e inutilizar-lhe esforços justos.
O mal não merece a coroa das observações sérias. Atribuir-lhe
grande importância nas atividades verbais é dilatar-lhe a esfera de ação. Por
isso mesmo, o conselho de Tiago reveste-se de santificada sabedoria.
Quando surja o problema de solução difícil, entre um e outro
aprendiz, é razoável procurem a companhia do Mestre, solucionando-o à claridade
da sua luz, mas que nunca se instalem na sombra, a distância um do outro, para
comentários maliciosos da situação, agravando a dor das feridas abertas.
“Falar mal”, na legítima significação, será render homenagem
aos instintos inferiores e renunciar ao título de cooperador de Deus para ser
crítico de suas obras.
Como observamos, a maledicência é um tóxico sutil que pode
conduzir o discípulo a imensos disparates.
Quem sorva semelhante veneno é, acima de tudo, servo da
tolice, mas sabemos, igualmente, que muitos desses tolos estão a um passo de
grandes desventuras íntimas.
152
Vem!
“E quem o ouve, diga: – Vem. E quem tem sede, venha.” –
(Apocalipse, 22:17.)
A Terra é a grande escola das almas em que se educam alunos
de todas as idades.
Se atingiste o nível das grandes experiências, não te
inquiete a incessante extensão do trabalho.
Não enxergues inimigos nos semelhantes de entendimento
imperfeito. Muitos deles não saíram ainda do jardim de infância espiritual.
Dá sempre o bem pelo mal, a verdade pela mentira e o amor
pela indiferença.
A inexperiência e a ignorância dos corações que se iniciam na
luta fazem, freqüentemente, grande algazarra em torno do espírito que procura a
si mesmo.
Por isso, padecerás muitas vezes aflição e desânimo.
Não te perturbes, porém.
Se as ilusões e os brinquedos da maioria não mais te
satisfazem, é que a madureza te inclina a horizontes mais vastos.
Recorda que somente Jesus é bastante sábio e bastante forte
para acalmar-te.
Ouve-lhe o apelo divino, formulado nas derradeiras palavras
do seu Testamento de Amor: – “Vem!”
Ninguém te pode impedir o acesso à fonte da luz infinita.
O Mestre é o Eterno Amigo que nos rompe as algemas e nos abre
portas renovadoras...
Entretanto, é preciso saibas querer.
O Senhor jamais nos fará violência.
Sofres? Estás fatigado? Tropeças sob os fardos do mundo?
Vem!
Jesus reserva-te os braços abertos.
Vem e atende ainda hoje! É verdade que sempre alcançaste
ensejos de serviço, que o Mestre sempre foi abnegado e misericordioso para
contigo, mas não te esqueças de que as circunstâncias se modificam com as horas
e que nem todos os dias são iguais.
CONTINUA AMANHÃ
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