143
Acorda e ajuda
“Segue-me e deixa aos mortos o cuidado de enterrar os
seus mortos.” – Jesus. (Mateus, 8:22.)
Jesus não recomendou ao aprendiz deixasse “aos cadáveres o
cuidado de enterrar os cadáveres”, e sim conferisse “aos mortos o cuidado de
enterrar os seus mortos”.
Há, em verdade, grande diferença.
O cadáver é carne sem vida, enquanto que um morto é alguém
que se ausenta da vida.
Há muita gente que perambula nas sombras da morte sem morrer.
Trânsfugas da evolução, cerram-se entre as paredes da própria
mente, cristalizados no egoísmo ou na vaidade, negando-se a partilhar a
experiência comum.
Mergulham-se em sepulcros de ouro, de vício, de amargura e
ilusão. Se vitimados pela tentação da riqueza, moram em túmulos de cifrões; se
derrotados pelos hábitos perniciosos, encarceram-se em grades de sombra; se
prostrados pelo desalento, dormem no pranto da bancarrota moral, e, se
atormentados pelas mentiras com que envolvem a si mesmos, residem sob as
lápides, dificilmente permeáveis, dos enganos fatais.
Aprende a participar da luta coletiva.
Sai, cada dia, de ti mesmo e busca sentir a dor do vizinho, a
necessidade do próximo, as angústias de teu irmão e ajuda quanto possas.
Não te galvanizes na esfera do próprio “eu”.
Desperta e vive com todos, por todos e para todos, porque
ninguém respira tão-somente para si.
Em qualquer parte do Universo, somos usufrutuários do esforço
e do sacrifício de milhões de existências.
Cedamos algo de nós mesmos, em favor dos outros, pelo muito
que os outros fazem por nós.
Recordemos, desse modo, o ensinamento do Cristo.
Se encontrares algum cadáver, dá-lhe a bênção da sepultura,
na relação das tuas obras de caridade, mas, em se tratando da jornada
espiritual, deixa sempre “aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos”.
144
Ajudemos a vida mental
“E seguia-o uma grande multidão da Galiléia, de
Decápolis, de Jerusalém, da Judéia e de além do Jordão.” – (Mateus, 4:25.)
A multidão continua seguindo Jesus na ânsia de encontrá-lo,
mobilizando todos os recursos ao seu alcance.
Procede de todos os lugares, sequiosa de conforto e revelação.
Inútil a interferência de quantos se interpõe entre ela e o
Senhor, porque, de século a século, a busca e a esperança se intensificam.
Não nos esqueçamos, pois, de que abençoada será sempre toda
colaboração que pudermos prestar ao povo, em nossa condição de aprendizes.
Ninguém precisa ser estadista ou administrador para ajudá-lo
a engrandecer-se.
Boa vontade e cooperação representam as duas colunas mestras
no edifício da fraternidade humana. E contribuir para que a coletividade
aprenda a pensar na extensão do bem é colaborar para que se efetive a sintonia
da mente terrestre com a Mente Divina.
Descerra-se à nossa frente precioso programa nesse particular.
Alfabetização.
Leitura edificante.
Palestra educativa.
Exemplo contagiante na prática da bondade simples.
Divulgação de páginas consoladoras e instrutivas.
Exercício da meditação.
Seja a nossa tarefa primordial o despertamento dos valores íntimos
e pessoais.
Auxiliemos o companheiro a produzir quanto possa dar de
melhor ao progresso comum, no plano, no ideal e na atividade em que se
encontra.
Orientar o pensamento, esclarecê-lo e sublimá-lo é garantir a
redenção do mundo, descortinando novos e ricos horizontes para nós mesmos.
Ajudemos a vida mental da multidão e o povo conosco
encontrará Jesus, mais facilmente, para a vitória da Vida Eterna.
CONTINUA AMANHÃ
Nenhum comentário:
Postar um comentário