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Atendamos ao bem
“Em verdade vos digo que quantas vezes o fizestes a um
destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes.” – Jesus. (Mateus, 25:40.)
Não só pelas palavras, que podem simbolizar folhas brilhantes
sobre um tronco estéril.
Não só pelo ato de crer, que, por vezes, não passa de êxtase
inoperante.
Não só pelos títulos, que, em muitas ocasiões, constituem
possibilidades de acesso aos abusos.
Não só pelas afirmações de fé, porque, em muitos casos, as
frases sonoras são gritos da alma vazia.
Não nos esqueçamos do “fazer”.
A ligação com o Cristo, a comunhão com a Divina Luz, não
dependem do modo de interpretar as revelações do Céu.
Em todas as circunstâncias do seu apostolado de amor, Jesus
procurou buscar a atenção das criaturas, não para a forma do pensamento
religioso, mas para a bondade humana.
A Boa Nova não prometia a paz da vida superior aos que
calejassem os joelhos nas penitências incompreensíveis, aos que especulassem
sobre a natureza de Deus, que discutissem as coisas do Céu por antecipação, ou
que simplesmente pregassem as verdades eternas, mas exaltou a posição sublime
de todos os que disseminassem o amor, em nome do Todo Misericordioso.
Jesus não se comprometeu com os que combatessem, em seu nome,
com os que humilhassem os outros, a pretexto de glorificá-lo, ou com os que lhe
oferecessem culto espetacular, em templos de ouro e pedra, mas sim afirmou que
o menor gesto de bondade, dispensado em seu nome, será sempre considerado, no
Alto, como oferenda de amor endereçada a ele próprio.
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O justo remédio
“Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais
que vos escreva, porque já vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis
uns aos outros.” – Paulo. (1ª Epístola aos Tessalonicenses, 4:9.)
Em sua missão de Consolador, recebe o Espiritismo milhares de
consultas partidas de almas ansiosas, que imploram socorro e solução para
diversos problemas.
Aqui, é um pai que não compreende e confia-se a sistemas
cruéis de educação.
Ali, é um filho rebelde e ingrato, que foge à beleza do entendimento.
Acolá, é um amigo fascinado pelas aparências do mundo e que
abandona os compromissos com o ideal superior.
Além, é um irmão que se nega ao concurso fraterno.
Noutra parte, é o cônjuge que deserta do lar.
Mais adiante, é o chefe de serviço, insensível e contundente.
Contudo, o remédio para a extinção desses velhos enigmas das
relações humanas está indicado, há séculos, nos ensinamentos da Boa Nova.
A caridade fraternal é a chave de todas as portas para a boa
compreensão.
O discípulo do Evangelho é alguém que foi admitido à presença
do Divino Mestre para servir.
A recompensa de semelhante trabalhador, efetivamente, não
pode ser aguardada no imediatismo da Terra.
Como colocar o fruto na fronte verde da plantinha nascente?
Como arrancar a obra-prima do mármore com o primeiro golpe do
cinzel?
Quem realmente ama, em nome de Jesus, está semeando para a
colheita na Eternidade.
Não procuremos orientação com os outros para assuntos
claramente solucionáveis por nosso esforço.
Sabemos que não adianta desesperar ou amaldiçoar...
Cada espírito possui o roteiro que lhe é próprio.
Saibamos caminhar, portanto, na senda que a vida nos oferece,
sob a luz da caridade fraternal, hoje e sempre.
CONTINUA AMANHÃ
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