131
No campo social
“Ele respondeu e disse-lhes: – Dai-lhes vós de comer...”
– (Marcos, 6:37.)
Diante da multidão fatigada e faminta, Jesus recomenda aos
apóstolos: – “Dai-lhes vós de comer.”
A observação do Mestre é importante, quando realmente poderia
ele induzi-los a recriminar a multidão pela imprudência de uma jornada
exaustiva até o monte, sem a garantia do farnel.
O Mestre desejou, porém, gravar no espírito dos aprendizes a
consagração deles ao serviço popular. Ensinou que aos cooperadores do
Evangelho, perante a turba necessitada, compete tão-somente um dever – o da
prestação de auxílio desinteressado e fraternal.
Naquela hora do ensinamento inesquecível, a fome era
naturalmente do corpo, vencido de cansaço, mas, ainda e sempre, vemos a
multidão carecente de amparo, dominada pela fome de luz e de harmonia,
vergastada pelos invisíveis azorragues da discórdia e da incompreensão.
Os colaboradores de Jesus são chamados, não a obscurecê-la
com o pessimismo, não a perturbá-la com a indisciplina ou a imobilizá-la com o
desânimo, mas sim a nutri-la de esclarecimento e paz, fortaleza moral e sublime
esperança.
Se te encontras diante do povo, com o anseio de ajudá-lo, se
te propões contribuir na regeneração do campo social, não te percas em
pregações de rebelião e desespero. Conserva a serenidade e alimenta o próximo
com o teu bom exemplo e com a tua boa palavra.
Não olvides a recomendação do Senhor: – “Dai-lhes vós de
comer.”
132
Tendo medo
“E, tendo medo, escondi na terra o teu talento.” – (Mateus,
25:25.)
Na parábola dos talentos, o servo negligente atribui ao medo
a causa do insucesso em que se infelicita.
Recebera mais reduzidas possibilidades de ganho.
Contara apenas com um talento e temera lutar para
valorizá-lo.
Quanto aconteceu ao servidor invigilante da narrativa
evangélica, há muitas pessoas que se acusam pobres de recursos para transitar
no mundo como desejariam. E recolhem-se à ociosidade, alegando o medo da ação.
Medo de trabalhar;
medo de servir;
medo de fazer amigos;
medo de desapontar;
medo de sofrer;
medo da incompreensão;
medo da alegria;
medo da dor.
E alcançam o fim do corpo, como sensitivas humanas, sem o
mínimo esforço para enriquecer a existência.
Na vida, agarram-se ao medo da morte.
Na morte, confessam o medo da vida.
E, a pretexto de serem menos favorecidos pelo destino,
transformam-se, gradativamente, em campeões da inutilidade e da preguiça.
Se recebeste, pois, mais rude tarefa no mundo, não te
atemorizes à frente dos outros e faz dela o teu caminho de progresso e renovação.
Por mais sombria seja a estrada a que foste conduzido pelas circunstâncias,
enriquece-a com a luz do teu esforço no bem, porque o medo não serviu como
justificativa aceitável no acerto de contas entre o servo e o Senhor
CONTINUA AMANHÃ
Nenhum comentário:
Postar um comentário