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Guarda a paciência
“Porque necessitais de paciência, para que, depois de
haverdes feito a Vontade de Deus, possais alcançar a promessa.” – Paulo.
(Hebreus, 10:36.)
Provavelmente estarás retendo, há muito tempo, a esperança
torturada.
Desejarias que a resposta do mundo aos teus anseios surgisse,
imediata, agasalhando-te o coração; entretanto, que paz desfrutarias no triunfo
aparente dos próprios sonhos, sem resgatares os débitos que te encadeiam ao
problema e à dificuldade?
Como repousar, ante a exigência do credor que nos requisita?
Descansará o delinqüente antes da justa reparação à falta cometida?
Sabes que o destino materializar-te-á os planos de ventura,
que a vitória te coroará, enfim, a senda de luta, mas reconheces-te preso ao
círculo de certas obrigações.
O lar convertido em forja de angústia...
A instituição a que serves, onde sofres a intromissão da
calúnia ou o golpe da crueldade...
O parente a quem deves respeito e carinho, do qual recolhes
menosprezo e ingratidão...
A rede dos obstáculos...
A conspiração das sombras...
A perseguição gratuita, a enfermidade do corpo, a imposição
do ambiente...
Se as provas te encarceram nas grades constringentes do dever
a cumprir, tem paciência e satisfaz as obrigações a que te enlaçaste!...
Não renuncies ao trabalho renovador!
Recorda que a Vontade de Deus se expressa, cada hora, nas
circunstâncias que nos cercam!
Paguemos nossas contas com a sombra, para que a Luz nos
favoreça!
Em verdade, alcançaremos a concretização dos nossos projetos
de felicidade, mas, antes disso, é necessário liquidar com paciência as dívidas
que contraímos perante a Lei.
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Na esfera íntima
“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu,
como bons dispensadores da multiforme graça de Deus.” – Pedro. (1ª Epístola de
Pedro, 4:10.)
A vida é máquina divina da qual todos os seres são peças
importantes, e a cooperação é o fator essencial na produção da harmonia e do
bem para todos.
Nada existe sem significação.
Ninguém é inútil.
Cada criatura recebeu determinado talento da Providência Divina
para servir no mundo e para receber do mundo o salário da elevação.
Velho ou moço, com saúde do corpo ou sem ela, recorda que é
necessário movimentar o dom que recebeste do Senhor, para avançares na direção
da Grande Luz.
Ninguém é tão pobre que nada possa dar de si mesmo.
O próprio paralítico, atado ao catre da enfermidade, pode
fornecer aos outros a paciência e a calma, em forma de paz e resignação.
Não olvides, pois, o trabalho que o Céu te conferiu e foge à
preocupação de interferir na tarefa do próximo, a pretexto de ajudar.
Quem cumpre o dever que lhe é próprio, age naturalmente a
benefício do equilíbrio geral.
Muitas vezes, acreditando fazer mais corretamente que os
outros o serviço que lhes compete, não somos senão agentes de desarmonia e
perturbação.
Onde estivermos, atendamos com diligência e nobreza à missão
que a vida nos oferece.
Lembra-te de que as horas são as mesmas para todos e de que o
tempo é o nosso silencioso e inflexível julgador.
Ontem, hoje e amanhã são três fases do caminho único.
Todo dia é ocasião de semear e colher.
Observemos, assim, a tarefa que nos cabe e recordemos a
palavra do Evangelho:
– “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu,
como bons dispensadores da multiforme graça de Deus”, para que a graça de Deus
nos enriqueça de novas graças.
CONTINUA AMANHÃ
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