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Humanidade real
“... Eis o Homem!” – Pilatos. (João, 19:5.)
Apresentando o Cristo à multidão, Pilatos não designava um
triunfador terrestre.
Nem banquete, nem púrpura.
Nem aplauso, nem flores.
Jesus achava-se diante da morte.
Terminava uma semana de terríveis flagelações.
Traído, não se rebelara.
Preso, exercera a paciência.
Humilhado, não se entregou a revides.
Esquecido, não se confiou à revolta.
Escarnecido, desculpara.
Açoitado, olvidou a ofensa.
Injustiçado, não se defendeu.
Sentenciado ao martírio, soube perdoar.
Crucificado, voltaria à convivência dos mesmos discípulos e
beneficiários que o haviam abandonado, para soerguer-lhes a esperança.
Mas, exibindo-o, diante do povo, Pilatos não afirma: – Eis o
condenado, eis a vítima!
Diz simplesmente: – “Eis o Homem!”
Aparentemente vencido, o Mestre surgia em plena grandeza
espiritual, revelando o mais alto padrão de dignidade humana.
Rememorando, pois, semelhante passagem, recordemos que
somente nas linhas morais do Cristo é que atingiremos a Humanidade Real.
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Não rejeites a confiança
“Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande
e avultado galardão.” – Paulo. (Hebreus, 10:35.)
Não lances fora a confiança que te alimenta o coração.
Muitas vezes, o progresso aparente dos ímpios desencoraja o
fervor das almas tíbias.
A virtude vacilante recua ante o vício que parece vitorioso.
Confrange-se o crente frágil, perante o malfeitor que se
destaca, aureolado de louros.
Todavia, se aceitamos Jesus por nosso Divino Mestre, é
preciso receber o mundo por nosso educandário.
E a escola nos revela que a romagem carnal é simples estágio
do espírito no campo imenso da vida.
Todos os séculos tiveram soberanos dominadores.
Muitos se erigiram em pedestais de ouro e poder, ao preço do
sangue e das lágrimas dos seus contemporâneos.
Muitos ganharam batalhas de ódio.
Outros monopolizaram o pão.
Alguns comandaram a vida política.
Outros adquiriram o temor popular.
Entretanto, passaram todos... Por prêmio terrestre às
laboriosas empresas a que se consagraram, receberam apenas o sepulcro faustoso
em que sobressaem na casa fria da morte.
Não rejeites a fé porque a passagem educativa pela Terra te
imponha à visão aflitivos quadros no jogo das convenções humanas.
Lembra-te da imortalidade – nossa divina herança!
Por onde fores, conduze tua alma como fonte preciosa de
compreensão e serviço! Onde estiveres, sê generoso, otimista e diligente no
bem!
A carne é apenas tua veste.
Luta e aprimora-te, trabalha e realiza com o Cristo, e
aguarda, confiante, o futuro, na certeza de que a vida de hoje te espera,
sempre justiceira, amanhã.
CONTINUA AMANHÃ
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