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Possuímos o que damos
“É mais bem-aventurado dar do que receber.” – Paulo.
(Atos, 20:35.)
Quando alguém se refere à passagem evangélica que considera a
ação de dar mais alta bem-aventurança que a ação de receber, quase todos os
aprendizes da Boa Nova se recordam da palavra “dinheiro”.
Sem dúvida, em nos reportando aos bens materiais, há sempre
mais alegria em ajudar que em ser ajudado, contudo, é imperioso não esquecer os
bens espirituais que, irradiados de nós mesmos, aumentam o teor e a intensidade
da alegria em torno de nossos passos.
Quem dá recolhe a felicidade de ver a multiplicação daquilo
que deu.
Oferece a gentileza e encorajarás a plantação da
fraternidade.
Estende a bênção do perdão e fortalecerás a justiça.
Administra a bondade e terás o crescimento da confiança.
Dá o teu bom exemplo e garantirás a nobreza do caráter.
Os recursos da Criação são distribuídos pelo Criador com as
criaturas a fim de que, em doação permanente, se multipliquem ao Infinito.
Serás ajudado pelo Céu, conforme estiveres ajudando na Terra.
Possuímos aquilo que damos.
Não te esqueças, pois, de que és mordomo da vida em que te
encontras.
Cede ao próximo algo mais que o dinheiro de que possas
dispor. Dá também teu interesse afetivo, tua saúde, tua alegria e teu tempo e,
em verdade, entrarás na posse dos sublimes dons do amor, do equilíbrio, da
felicidade e da paz, hoje e amanhã, neste mundo e na vida eterna.
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Em nossas tarefas
“... não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às
humildes.” – Paulo. (Romanos, 12:16.)
“Não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes”
– recomenda o apóstolo, sensatamente.
Muitos aprendizes do Evangelho almejam as grandes realizações
de um dia para outro...
A coroa da santidade.
O poder da cura...
A glória do conhecimento superior...
As edificações de grande alcance...
Entretanto, aspirar só por si não basta à realização.
Tudo, nos círculos da Natureza, obedece ao espírito de sequência.
A árvore vitoriosa na colheita passou pela condição do arbusto
frágil.
A catarata que move poderosas turbinas é um conjunto de fios
d’água no nascedouro.
Imponente é o projeto para a construção de uma casa nobre, no
entanto, é indispensável o serviço da picareta e da pá, do tijolo e da pedra,
para que a arte e o reconforto se exprimam.
Abracemos os deveres humildes com devoção ao nosso ideal de
progresso e triunfo.
Por mais árdua e mais simples a nossa obrigação, atendamo-la
com amor.
A palavra de Paulo é sábia e justa, porque, escalando com
firmeza as faixas inferiores do monte, com facilidade lhe conquistamos o cimo
e, aceitando de boa vontade as tarefas pequeninas, as grandes tarefas virão
espontaneamente ao nosso encontro.
CONTINUA AMANHÃ
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