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Em nossa marcha
“Perguntou-lhe Jesus: – “Que queres que eu faça?”
(Marcos, 10:51.)
Cada aprendiz em sua lição.
Cada trabalhador na tarefa que lhe foi cometida.
Cada vaso em sua utilidade.
Cada lutador com a prova necessária.
Assim, cada um de nós tem o testemunho individual no caminho
da vida.
Por vezes, falhamos aos compromissos assumidos e nos
endividamos infinitamente. No serviço reparador, todavia, clamamos pela
misericórdia do Senhor, rogando-lhe compaixão e socorro.
A pergunta endereçada pelo Mestre ao cego de Jericó é, porém,
bastante expressiva.
“Que queres que eu faça?”
A indagação deixa perceber que a posição melindrosa do
interessado se ajustava aos imperativos da Lei.
Nada ocorre à revelia dos Divinos Desígnios.
Bartimeu, o cego, soube responder, solicitando visão.
Entretanto, quanta gente roga acesso à presença do Salvador e, quando por ele
interpelada, responde em prejuízo próprio?
Lembremo-nos de que, por vezes, perdemos a casa terrestre a
fim de aprendermos o caminho da casa celeste; em muitas ocasiões, somos abandonados
pelos mais agradáveis laços humanos, de maneira a retornarmos aos vínculos
divinos; há épocas em que as feridas do corpo são chamadas a curar as chagas da
alma, e situações em que a paralisia ensina a preciosidade do movimento.
É natural peçamos o auxílio do Mestre em nossas dificuldades
e dissabores; entrementes, não nos esqueçamos de trabalhar pelo bem, nas mais
aflitivas passagens da retificação e da ascensão, convictos de que nos
encontramos invariavelmente na mais justa e proveitosa oportunidade de trabalho
que merecemos, e que talvez não saibamos, de pronto, escolher outra melhor.
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Varonilmente
“Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente,
sede fortes.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 16:13.)
Vigiai na luta comum.
Permanecei firmes na fé, ante a tempestade.
Portai-vos varonilmente em todos os lances difíceis.
Sede fortes na dor, para guardar-lhe a lição de luz.
Reveste-se o conselho de Paulo aos Coríntios, ainda hoje, de
surpreendente oportunidade.
Para conquistarmos os valores substanciais da redenção, é
imprescindível conservar a fortaleza de ânimo de quem confia no Senhor e em si
mesmo.
Não vale a chuva de lágrimas despropositadas, ante a falta
cometida.
Arrependermo-nos de qualquer gesto maligno é dever, mas
pranteá-lo indefinidamente é roubar tempo ao serviço de retificação.
Certo, o mal deliberado é um crime, todavia, o erro impensado
é ensinamento valioso, sempre que o homem se inclina aos desígnios do Senhor.
Sem resistência moral, no turbilhão de conflitos
purificadores, o coração mais nobre se despedaça.
Não nos cabe, portanto, repousar no serviço de elevação.
É natural que venhamos a tropeçar muitas vezes.
É compreensível que nos firamos freqüentemente nos espinhos
da senda.
Lastimável, contudo, será a nossa situação toda vez que
exigirmos rede macia de consolações indébitas, interrompendo a marcha para o
Alto.
O cristão não é aprendiz de repouso falso. Discípulo de um
Mestre que serviu sem acepção de pessoas até à cruz, compete-lhe trabalhar na
sementeira e na seara do Infinito Bem, vigiando, ajudando e agindo varonilmente.
CONTINUA AMANHÃ
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