domingo, 2 de junho de 2013

FONTE VIVA - LIVRO DE CHICO XAVIER

CONTINUAÇÃO


39 
Fé inoperante

“Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.” – (Tiago, 2:17.)
A fé inoperante é problema credor da melhor atenção, em todos os tempos, a fim de que os discípulos do Evangelho compreendam, com clareza, que o ideal mais nobre, sem trabalho que o materialize, a benefício de todos, será sempre uma soberba paisagem improdutiva.
Que diremos de um motor precioso do qual ninguém se utiliza? de uma fonte que não se movimente para fertilizar o campo? de uma luz que não se irradie?
Confiaremos com segurança em determinada semente, todavia, se não a plantamos, em que redundará nossa expectativa, senão em simples inutilidade? Sustentaremos absoluta esperança nas obras que a tora de madeira nos fornecerá, mas se não nos dispomos a usar o serrote e a plaina, certo a matéria-prima repousará, indefinidamente, a caminho da desintegração.
A crença religiosa é o meio.
O apostolado é o fim.
A celeste confiança ilumina a inteligência para que a ação benéfica se estenda, improvisando, por toda parte, bênçãos de paz e alegria, engrandecimento e sublimação.
Quem puder receber uma gota de revelação espiritual, no imo do ser, demonstrando o amadurecimento preciso para a vida superior, procure, de imediato, o posto de serviço que lhe compete, em favor do progresso comum.
A fé, na essência, é aquele embrião de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através da elevação pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a viver.
Guardar, pois, o êxtase religioso no coração, sem qualquer atividade nas obras de desenvolvimento da sabedoria e do amor, consubstanciados no serviço da caridade e da educação, será conservar na terra viva do sentimento um ídolo morto, sepultado entre as flores inúteis das promessas brilhantes.

40 
Ante o objetivo

“Para ver se de algum modo posso chegar à ressurreição.” – Paulo. (Filipenses, 3:11.)
Alcançaremos o alvo que mantemos em mira:
O avarento sonha com tesouros amoedados e chega ao cofre forte.
O malfeitor comumente ocupa largo tempo planificando a ação perturbadora e comete o delito.
O político hábil anseia por autoridade e atinge alto posto no domínio terrestre.
A mulher desprevenida, que concentra as ideias no desperdício das emoções, penetra o campo das aventuras inquietantes.
E cada meta a que nos propomos tem o preço respectivo.
O usuário, para amealhar o dinheiro, quase sempre perde a paz.
O delinquente, para efetuar a falta que delineia, avilta o nome.
O oportunista, para conseguir o lugar de mando, muitas vezes desfigura o caráter.
A mulher desajuizada, para alcançar fantasiosos prazeres, abdica, habitualmente, o direito de ser feliz.
Se impostos tão pesados são exigidos na Terra aos que perseguem resultados puramente inferiores, que tributos pagará o espírito que se candidata à glória na vida eterna?
O Mestre na cruz é a resposta para todos os que procuram a sublimidade da ressurreição.
Contemplando esse alvo, soube Paulo buscá-lo, através de incompreensões, açoites, aflições e pedradas, servindo constantemente, em nome do Senhor.
Se desejas, por tua vez, chegar ao mesmo destino, centraliza as aspirações no objetivo santificante e segue, com valoroso esforço, na conquista do eterno prêmio.

 
CONTINUA AMANHÃ

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