CONTINUAÇÃO
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Modo de sentir
“Renovai-vos pelo espírito no vosso modo de sentir.” –
Paulo. (Efésios, 4:23.)
Há muitos séculos o homem raciocina, obediente a regras quase
inalteradas, comparando fatores externos segundo velhos processos de
observação; rege a vida física com grandes mudanças no setor das operações
orgânicas fundamentais e maneja a palavra como quem usa os elementos
indispensáveis a determinada construção de pedra, terra e cal.
Nos círculos da natureza externa, em si, as modificações em
qualquer aspecto são mínimas, exceção feita ao progresso avançado nas técnicas
da ciência e da indústria.
No sentimento, porém, as alterações são profundas.
Nos povos realmente educados, ninguém se compraz com a
escravidão dos semelhantes, ninguém joga impunemente com a vida do próximo e
ninguém aplaude a crueldade sistemática e deliberada, quanto antigamente.
Através do coração, o ideal de humanidade vem sublimando a
mente em todos os climas do Planeta.
O lar e a escola, o templo e o hospital, as instituições de
previdência e beneficência são filhos da sensibilidade e não do cálculo.
Um trabalhador poderá demonstrar altas características de
inteligência e habilidade, mas, se não possui devoção para com o serviço, será
sempre um aparelho consciente de repetição, tanto quanto o estômago é máquina
de digerir, há milênios.
Só pela renovação íntima, progride a alma no rumo da vida
aperfeiçoada.
Antes do Cristo, milhares de homens e mulheres morreram na
cruz, entretanto, o madeiro do Mestre converteu-se em luz inextinguível pela
qualidade de sentimento com que o crucificado se entregou ao sacrifício,
influenciando a maneira de sentir das nações e dos séculos.
Crescer em bondade e entendimento é estender a visão e
santificar os objetivos na experiência comum.
Jesus veio até nós a fim de ensinar-nos, acima de tudo, que o
Amor é o caminho para a Vida Abundante.
Vives sitiado pela dor, pela aflição, pela sombra ou pela
enfermidade? Renova o teu modo de sentir, pelos padrões do Evangelho, e
enxergarás o Propósito Divino da Vida, atuando em todos os lugares, com justiça
e misericórdia, sabedoria e entendimento.
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Sementeira e construção
“Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois
lavoura de Deus e edifício de Deus.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 3:9.)
Asseverando Paulo a sua condição de cooperador de Deus e
designando a lavoura e o edifício do Senhor nos seguidores e beneficiários do
Evangelho que o cercavam, traçou o quadro espiritual que sempre existirá na
Terra em aperfeiçoamento, entre os que conhecem e os que ignoram a verdade
divina.
Se já recebemos da Boa Nova a lâmpada acesa para a nossa
jornada, somos compulsoriamente considerados colaboradores do ministério de
Jesus, competindo-nos a sementeira e a construção dele em todas as criaturas
que nos partilham a estrada.
Conhecemos, pois, na essência, qual o serviço que a Revelação
nos indica, logo nos aproximemos da luz cristã.
Se já guardamos a bênção do Mestre, cabe-nos restaurar o
equilíbrio das correntes da vida, onde permanecemos, ajudando aos que se
desajudam, enxergando algo para os que jazem cegos e ouvindo alguma coisa em
proveito dos que permanecem surdos, a fim de que a obra do Reino Divino cresça,
progrida e santifique toda a Terra.
O serviço é de plantação e edificação, reclamando esforço
pessoal e boa vontade para com todos, porquanto, de conformidade com a própria
simbologia do apóstolo, o vegetal pede tempo e carinho para desenvolver-se e a
casa sólida não se ergue num dia.
Em toda parte, porém, vemos pedreiros que clamam contra o
peso do tijolo e da areia e cultivadores que detestam as exigências de adubo e
proteção à planta frágil.
O ensinamento do Evangelho, contudo, não deixa margem a
qualquer dúvida.
Se já conheces os benefícios de Jesus, és colaborador dele,
na vinha do mundo e na edificação do espírito humano para a Eternidade.
Avança na tarefa que te foi confiada e não temas. Se a fé representa
a nossa coroa de luz, o trabalho em favor de todos é a nossa bênção de cada
dia.
CONTINUA AMANHÃ
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