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Elucidações
“Porque não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus,
o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.” – Paulo. (2ª
Epístola aos Coríntios, 4:5.)
Nós, os aprendizes da Boa Nova, quando em verdadeira comunhão
com o Senhor, não podemos desconhecer a necessidade de retraimento da nossa
individualidade, a fim de projetarmos para a multidão, com o proveito
desejável, os ensinamentos do Mestre.
Em assuntos da vida cristã, propriamente considerada, as
únicas paixões justificáveis são as de aprender, ajudar e servir, porquanto
sabemos que o Cristo é o Grande Planificador das nossas realizações.
Se recordarmos que a supervisão dele age sempre em favor de
quanto possamos produzir de melhor, viveremos atentos ao trabalho que nos toque,
convencidos de que a sua pronunciação permanece invariável nas circunstâncias
da vida.
A nossa preocupação fundamental, em qualquer parte, portanto,
deve ser a da prestação de serviço em Seu Nome, compreendendo que a pregação de
nós mesmos, com a propaganda dos particularismos peculiares à nossa
personalidade, será a simples interferência do nosso “eu” em obras da vida
eterna que se reportam ao Reino de Deus.
Escrevendo aos Coríntios, Paulo define a posição dele e dos
demais apóstolos, como sendo a de servidores da comunidade por amor a Jesus.
Não existe indicação mais clara das funções que nos cabem.
A chefia do Divino Mestre está sempre mais viva e a
programação geral dos serviços reservados aos discípulos de todas as condições
permanece estruturada em seu Evangelho de Sabedoria e de Amor.
Procuremos as bases do Cristo para não agirmos em vão.
Ajustemo-nos à consciência do Grande Renovador, a fim de não
sermos tentados pelos nossos impulsos de dominação, porque, em todos os climas
e situações, o companheiro da Boa Nova é convidado, chamado e constrangido a
servir.
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Renasce agora
“Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de
Deus.” – Jesus. (João, 3:3.)
A própria Natureza apresenta preciosas lições, nesse
particular. Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre
novos. Dispondo, assim, de trezentas e sessenta e cinco ocasiões de aprendizado
e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontrará a
criatura, no abençoado período de uma existência?
Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas
não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando
mascarados de encantador revestimento.
Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela
aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará fatalmente
sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.
Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.
Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e paz
que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.
Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar
o coração, a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor antídoto contra
os tóxicos da aversão é a nossa boa-vontade, a benefício daqueles que nos odeiam
ou que ainda não nos compreendem.
Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário
cogita de enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e
serenos, mostrando novas disposições na luta, a idéia de acordo substitui, dentro
de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação da guerra.
Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.
Alguém te não entende? Persevera em demonstrar os intentos
mais nobres.
Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante
do bem.
Não olvides a assertiva do Mestre: – “Aquele que não nascer
de novo não pode ver o Reino de Deus.”
Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes,
trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e alcançando a antecipação
da vitória sobre ti mesmo, no tempo ...
Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.
CONTINUA AMANHÃ
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