CONTINUAÇÃO
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Estendamos o bem
“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o
bem”. – Paulo. (Romanos, 12:21.)
Repara que, em plena casa da Natureza, todos os elementos, em
face do mal, oferecem o melhor que possuem para o reajustamento da harmonia e
para a vitória do bem.
Quando o temporal parece haver destruído toda a paisagem,
congregam-se as forças divinas da vida para a obra do refazimento.
O Sol envia luz sobre o lamaçal, curando as chagas do chão.
O vento acaricia o arvoredo e enxuga-lhe os ramos.
O cântico das aves substitui a voz do trovão.
A planície recebe a enxurrada, sem revoltar-se, e converte-a
em adubo precioso.
O ar que suporta o peso das nuvens e o choque da faísca destruidora,
torna à leveza e à suavidade.
A árvore de frondes quebradas ou feridas regenera-se, em
silêncio, a fim de produzir novas flores e novos frutos.
A terra, nossa mãe comum, sofre a chuva de granizos e o banho
de lodo, periodicamente, mas nem por isso deixa de engrandecer o bem cada vez
mais.
Por que conservaremos, por nossa vez, o fel e o azedume do
mal, na intimidade do coração?
Aprendamos a receber a visita da adversidade, educando-lhe as
energias para proveito da vida.
A ignorância é apenas uma grande noite que cederá lugar ao
sol da sabedoria.
Usa o tesouro de teu amor, em todas as direções, e estendamos
o bem por toda parte.
A fonte, quando tocada de lama, jamais se dá por vencida.
Acolhe os detritos no próprio seio e, continuando a fluir, transforma-os em
bênçãos, no curso de suas águas que prosseguem correndo, com brandura e
humildade, para benefício de todos.
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Afirmação esclarecedora
“E não quereis vir a mim para terdes vida.” – Jesus.
(João, 5:40.)
Quantos procuram a sublimação da individualidade precisam
entender o valor supremo da vontade no aprimoramento próprio.
Os templos e as escolas do Cristianismo permanecem repletos
de aprendizes que vislumbram os poderes divinos de Jesus e lhe reconhecem a
magnanimidade, caminhando, porém, ao sabor de vacilações cruéis.
Crêem e descreem, ajudam e desajudam, organizam e perturbam,
iluminam-se na fé e ensombram-se na desconfiança...
É que esperam a proteção do Senhor para desfrutarem o
contentamento imediato no corpo, mas não querem ir até ele para se apossarem da
vida eterna.
Pedem o milagre das mãos do Cristo, mas não lhe aceitam as
diretrizes.
Solicitam-lhe a presença consoladora, entretanto, não lhe acompanham
os passos.
Pretendem ouvi-lo, à beira do lago sereno, em preleções de
esperança e conforto, todavia, negam-se a partilhar com ele o serviço da
estrada, através do sacrifício pela vitória do bem.
Cortejam-no em Jerusalém, adornada de flores, mas fogem aos
testemunhos de entendimento e bondade, à frente da multidão desvairada e
enferma.
Suplicam-lhe as bênçãos da ressurreição, no entanto, odeiam a
cruz de espinhos que regenera e santifica.
Podem ir na vanguarda edificante, mas não querem.
Clamam por luz divina, entretanto, receiam abandonar as
sombras.
Suspiram pela melhoria das condições em que se agitam,
todavia, detestam a própria renovação.
Vemos, pois, que é fácil comer o pão multiplicado pelo
infinito amor do Mestre Divino ou regozijar-se alguém com a sua influência
curativa, mas, para alcançar a Vida Abundante de que ele se fez o embaixador
sublime, não basta a faculdade de poder e o ato de crer, mas também a vontade
perseverante de quem aprendeu a trabalhar e servir, aperfeiçoar e querer.
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