21
Maioridade
“O menor é abençoado pelo maior.” – Paulo. (Hebreus, 7:7.)
Em todas as atividades da vida, há quem alcance a maioridade
natural entre os seus parentes, companheiros ou contemporâneos.
Há quem se faz maior na experiência física, no conhecimento,
na virtude ou na competência.
De modo geral, contudo, aquele que se vê guindado a qualquer
nível de superioridade costuma valer-se da situação para esquecer seu débito
para com o espírito comum.
Muitas vezes quem atinge a maioridade financeira torna-se
avarento, quem encontra o destaque científico faz-se vaidoso e quem se vê na
galeria do poder abraça o orgulho vão.
A Lei da Vida, porém, não recomenda o exclusivismo e a separatividade.
Segundo os princípios divinos, todo progresso legítimo se
converte em bênçãos para a coletividade inteira.
A própria Natureza oferece lições sublimes nesse sentido.
Cresce a árvore para a frutificação.
Cresce a fonte para benefício do solo.
Se cresceste em experiência ou em elevação de qualquer
espécie, lembra-te da comunhão fraternal com todos.
O Sol, com seus raios de luz, não desampara a furna barrenta
e não desdenha o verme.
Desenvolvimento é poder.
Repara como empregas as vantagens de que a tua existência foi
acrescentada. O Espírito elevado de quantos já se manifestaram na Terra aceitou
o sacrifício supremo, a fim de auxiliar a todos, sem condições.
Não te esqueças de que, segundo o Estatuto Divino, o “menor é
abençoado pelo maior”.
22
A retribuição
“Pedro disse-lhe: e nós que deixamos tudo e te seguimos,
que receberemos?” – (Mateus, 19:27.)
A pergunta do apóstolo exprime a atitude de muitos corações
nos templos religiosos.
Consagra-se o homem a determinado círculo de fé e clama, de
imediato: – “Que receberei?”
A resposta, porém, se derrama silenciosa, através da própria
vida.
Que recebe o grão maduro, após a colheita? O triturador que o
ajuda a purificar-se.
Que prêmio se reserva à farinha alva e nobre? O fermento que
a transforma para a utilidade geral.
Que privilégio caracteriza o pão, depois do forno? A graça de
servir.
Não se formam cristãos para adornos vivos do mundo e sim para
a ação regeneradora e santificante da existência.
Outrora, os servidores da realeza humana recebiam o espólio
dos vencidos e, com eles, se rodeavam de gratificações de natureza física, com
as quais abreviavam a própria morte.
Em Cristo, contudo, o quadro é diverso.
Vencemos, em companhia dele, para nos fazermos irmãos de
quantos nos partilham a experiência, guardando a obrigação de ampará-los e
ser-lhes úteis.
Simão Pedro, que desejou saber qual lhe seria a recompensa
pela adesão à Boa Nova, viu, de perto, a necessidade da renúncia. Quanto mais
se lhe acendrou a fé, maiores testemunhos de amor à Humanidade lhe foram
requeridos. Quanto mais conhecimento adquiriu, a mais ampla caridade foi
constrangido, até o sacrifício extremo.
Se deixaste, pois, por devoção a Jesus, os laços que te
prendiam às zonas inferiores da vida, recorda que, por felicidade tua, recebeste
do Céu a honra de ajudar, a prerrogativa de entender e a glória de servir.
CONTINUA AMANHÃ
Nenhum comentário:
Postar um comentário