13
Ergamo-nos
“Levantar-me-ei e irei ter com meu pai...” – (Lucas, 15:18.)
Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços paternos,
resolveu intimamente levantar-se.
Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.
Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento
reconstrutivo.
Elevar-se do vale da indecisão para a montanha do serviço edificante.
Fugir à treva e penetrar a luz.
Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na reestruturação
dos próprios ideais.
Levantou-se e partiu no rumo do Lar Paterno.
Quantos de nós, porém, filhos pródigos da Vida, depois de
estragarmos as mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistência do
Senhor, de acordo com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos
satisfeitos? quantos de nós descemos, voluntariamente, ao abismo e, lá dentro,
atolados na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que o
Todo-Misericordioso se faça presente, ao nosso lado, através de seus divinos
mensageiros, a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos?
Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso
soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que desejamos
abandonar.
Aperfeiçoamento pede esforço.
Panorama dos cimos pede ascensão.
Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para a
frente, caminhando com os padrões de Jesus.
– Levantar-me-ei, disse o moço da parábola.
– Levantemo-nos, repitamos nós.
14
Indagação oportuna
“Disse-lhes: Recebestes vós o Espírito Santo quando
crestes?” – (Atos, 19:2.)
A pergunta apostólica vibra ainda em todas as direções, com a
maior oportunidade, nos círculos do Cristianismo.
Em toda parte, há pessoas que começam a crer e que já crêem,
nas mais variadas situações.
Aqui, alguém aceita aparentemente o Evangelho para ser
agradável às relações sociais.
Ali, um indagador procura o campo da fé, tentando acertar
problemas intelectuais que considera importantes.
Além, um enfermo recebe o socorro da caridade e se declara
seguidor da Boa Nova, guiando-se pelas impressões de alívio físico.
Amanhã, todavia, ressurgem tão insatisfeitos e tão desesperados
quanto antes.
Nos arraiais do Espiritismo, tais fenômenos são freqüentes.
Encontramos grande número de companheiros que se afirmam
pessoas de fé, por haverem identificado a sobrevivência de algum parente
desencarnado, porque se livraram de alguma dor de cabeça ou porque obtiveram
solução para certos problemas da luta material; contudo, amanhã prosseguem
duvidando de amigos espirituais e de médiuns respeitáveis, acolhem novas
enfermidades ou se perdem através de novos labirintos do aprendizado humano.
A interrogação de Paulo continua cheia de atualidade.
Que espécie de espírito recebemos no ato de crer na
orientação de Jesus? o da fascinação? o da indolência? o da pesquisa inútil? o
da reprovação sistemática às experiências dos outros?
Se não abrigamos o espírito de santificação que nos melhore e
nos renove para o Cristo, a nossa fé representa frágil candeia, suscetível de
apagar-se ao primeiro golpe de vento.
CONTINÚA AMANHÃ
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