Pelos frutos
“Por seus frutos os conhecereis.” – Jesus. (Mateus, 7:16.)
Nem pelo tamanho;
nem pela configuração;
nem pelas ramagens;
nem pela imponência da copa;
nem pelos rebentos verdes;
nem pelas pontas ressequidas;
nem pelo aspecto brilhante;
nem pela apresentação desagradável;
nem pela vetustez do tronco;
nem pela fragilidade das folhas;
nem pela casca rústica ou delicada;
nem pelas flores perfumadas ou inodoras;
nem pelo aroma atraente;
nem pelas emanações repulsivas.
Árvore alguma será conhecida ou amada pelas aparências
exteriores, mas sim pelos frutos, pela utilidade, pela produção.
Assim também nosso espírito em plena jornada...
Ninguém que se consagre realmente à verdade dará testemunho
de nós pelo que parecemos, pela superficialidade de nossa vida, pela epiderme
de nossas atitudes ou expressões individuais percebidas ou apreciadas de
passagem, mas sim pela substância de nossa colaboração no progresso comum, pela
importância de nosso concurso no bem geral.
– Pelos frutos os conhecereis” – disse o Mestre.
– “Pelas nossas ações seremos conhecidos” – repetiremos
nós.
Obreiros atentos
“Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da
liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra,
esse tal será bem-aventurado em seus feitos.” – (Tiago, 1:25.)
O discípulo da Boa Nova, que realmente comunga com o Mestre,
antes de tudo compreende as obrigações que lhe estão afetas e rende sincero
culto à lei de liberdade, ciente de que ele mesmo recolherá nas leiras do mundo
o que houver semeado. Sabe que o juiz dará conta do tribunal, que o
administrador responderá pela mordomia e que o servo se fará responsabilizado
pelo trabalho que lhe foi conferido. E, respeitando cada tarefeiro do progresso
e da ordem, da luz e do bem, no lugar que lhe é próprio, persevera no aproveitamento
das possibilidades que recebeu da Providência Divina, atencioso para com as
lições da verdade e aplicado às boas obras de que se sente encarregado pelos
Poderes Superiores da Terra.
Caracterizando-se por semelhante atitude, o colaborador do
Cristo, seja estadista ou varredor, está integrado com o dever que lhe cabe, na
posição de agir e servir, tão naturalmente quanto comunga com o oxigênio no ato
de respirar.
Se dirige, não espera que outros lhe recordem os empreendimentos
que lhe competem.
Se obedece, não reclama instruções reiteradas, quanto às
atribuições que lhe são deferidas na disposição regimental dos trabalhos de
qualquer natureza. Não exige que o governo do seu distrito lhe mande adubar a
horta, nem aguarda decretos para instruir-se ou melhorar-se.
Fortalecendo a sua própria liberdade de aprender,
aprimorar-se e ajudar a todos, através da inteira consagração aos nobres
deveres que o mundo lhe confere, faz-se bem-aventurado em todas as suas ações,
que passam a produzir vantagens substanciais na prosperidade e elevação da vida
comum.
Semelhante seguidor do Evangelho, de aprendiz do Mestre passa
à categoria dos obreiros atentos, penetrando em glorioso silêncio nas reservas
sublimes do Celeste Apostolado.
CONTINÚA AMANHÃ
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