sexta-feira, 3 de maio de 2013

CONTINUAÇÃO 

NA SENDA RENOVADORA
Emmanuel
 
Enquanto nos demoramos nas teias da animalidade, costumamos
centralizar a vida na concha envenenada do egoísmo, orientando-nos pelo cérebro,
agindo pelo estômago e inspirando-nos pelo sexo...
A passagem na Terra significa, então, para nossa alma, o movimento feroz
de caça e presa.
O cálculo é o nosso modo de ser.
A satisfação física é o nosso estímulo.
O prazer dos sentidos é a finalidade de nosso esforço.
Entretanto, quando a luz do Evangelho se faz sentir em nosso coração,
altera-se-nos a vida.
O amor passa a reger nossas mínimas expressões individuais.
Identificamos as nossas próprias feridas, catalogamos nossos próprios
defeitos e inventariamos nossas próprias necessidades.
A língua perde a volúpia delituosa da maledicência.
Os olhos ouvidam a treva, em busca de Sol que lhes descortine horizontes
mais vastos.
Os olvidos esquecem as serpes invisíveis do mal, a fim de se concentrarem
nas sugestões do bem.
E a cabeça procura o suave calor da fornalha da caridade, a fim de que as
ilusões lhe não imponham o frio do desapontamento triste, compensação de quantos
reclamam a felicidade que a Vida Física não lhes pode dar...
Chegada essa hora de renovação do nosso próprio espírito, nossa existência
se transforma numa pregação permanente aos que nos seguem os passos, de vez que a
lâmpada acesa do ensinamento de Jesus, no imo da alma, é astro irradiante a clarear a
marcha da vida.
Não te gastes, desesperando-te em exigências descabidas, nem te percas
no cipoal das queixas sem significação.
Procura o Cristo, em silêncio, e grava as lições d’Ele nas páginas da própria
luta de cada dia e quem te acompanha saberá encontrar, em tua conduta e em teus
gestos, o abençoado caminho da elevação.
Se a treva tenta envolver-te, faze a claridade do otimismo, com as
bênçãos do amor que auxiliam em todos os instantes.

NO CAMPO DE PROVAS
Emmanuel

 
Ferir o corpo com a desculpa de conquistar a ascensão da alma é operar o
suicídio indireto, pelo qual menosprezamos a Infinita Bondade que no-lo empresta, a fim
de que o sol do progresso nos assinale a existência.
Atendendo as sugestões dessa ordem, copiaremos, insensatos, a decisão
infeliz do lavrador que destruísse a enxada que o serve, na suposição de auxiliar ao
campo, ou o impulso delituoso do operário que desorganizasse as peças da máquina que
o obedece, a pretexto de ser mais útil.
O engenho físico é o templo em que somos chamados à escola da
regeneração.
Nele possuímos a harpa da vida, em cujas cordas podemos desferir a
melodia do trabalho e do sacrifício, da abnegação e do amor, preparando o próprio
acesso à exaltação da imortalidade.
O cilício mais precioso ao nosso grande futuro será sempre o da própria
renunciação em benefício da felicidade dos outros, aprendendo a ceder de nossas
opiniões ou de nosso conforto em auxílio dos corações que nos partilham o calor do teto,
os quais, muitas vezes, em provação mais árdua do que a nossa, nos reclamam
entendimento e bondade ao preço de nossa dor.
Saibamos sorrir entre lágrimas, fatigar-nos no amparo aos que Deus nos
confia, emudecer nossa excessiva agressividade, abraçar quem nos fere e apagar nossos
próprios sonhos, a fim de que a segurança e a tranqüilidade se façam junto de nós
naqueles que nos comungam a experiência e somente assim nossa exaustão corpórea
será compreensível e justa, porquanto, de nosso cansaço terá nascido a ventura
daqueles que atravessam conosco o vale da sombra terrestre, à procura da luz
inextinguível, que reina, soberana, na Espiritualidade Maior.
Quanto mais clara a nossa luz, mais alta a nossa dívida para com as
sombras. Quanto mais sublime as nossas noções do bem, mais imperiosos os
nosso deveres de socorro às vítimas do mal.

CONTINÚA AMANHÃ

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