quinta-feira, 18 de abril de 2013

SOMBRAS DO PASSADO - LIVRO DE H. FREITAS

CONTINUAÇÃO



Entraram no carro em saíram em disparada. O Velho da Rua ficou lamentando a perda da menina, como também, a arrecadação do dia.
     Chegaram ao Hospital e a levaram à Emergência. Depois dos primeiros exames, ficou constatado que o seu problema, além da gravidez, era desnutrição. Ela ficou internada para tomar soro e fazer outros exames.
     Como o Hospital era particular, D. Beatriz foi obrigada a fazer uma caução, para cobrir os primeiros socorros e o internamento.
     Após os exames preliminares, Carol foi transferida para um apartamento, com direito a acompanhante. D. Beatriz não saia do seu lado.
     Já passavam das dezenove horas, quando Manoel foi levar Patrícia e Janete que, como ele, depois de comerem alguma coisa e se trocarem voltariam ao Hospital, para renderem D. Beatriz, que continuava ao lado da neta, aguardando que ela recuperasse os sentidos, para conversarem. Tinha muito que ouvir da neta, foram quase cinco longos meses de ausência. Precisava contar a situação dos seus pais e os progressos que estavam tendo no Centro Espírita.
     Depois de alguns exames e Carol continuar desacordada, os médicos se reuniram e decidiram transferi-la para a UTI.
     D. Beatriz ficou desesperada. Agora que a encontrara, depois de meses desaparecida, continuava sem poder conversar, saber como ela passou esses meses nas ruas, incentivá-la para ter o filho, em fim, voltou a viver ao seu lado, mas com o risco de perdê-la em definitivo.
     Manoel e Patrícia retornaram e a encontraram chorando. Depois de saberem o motivo, que foi a transferência de Carol para a UTI, foram falar com o médico, que explicou que o quadro não era bom, mas, não era de perigo de vida.
     A sua transferência para a UTI foi por precaução, devido o seu adiantado estado de gravidez, desnutrição e não estar reagindo, de imediato, com a medicação e, na UTI teria um acompanhamento permanente e total. Aconselhou que todos fossem para suas casas e retornassem pela manhã. Se houvesse qualquer novidade, ele próprio telefonaria.
     Embora, contra a sua vontade, D. Beatriz concordou e retornaram para suas casas.
     Patrícia e Manoel procuravam incentivá-la, dizendo que a batalha tinha sido vencida e a guerra era questão de tempo. Com Carol de volta teriam uma preocupação a menos, só precisavam vencer a batalha do casal e depois, a do Diogo, ai sim, a guerra estaria vencida.
     O compassa do Diogo, que estava tomando conta de Carol, nada pode fazer. Tentou impedir o encontro, mas as Entidades Benfeitoras que, também, a acompanhavam não o deixaram se aproximar. Ainda tentou fazer alguma coisa, através do Velho da Rua, mas não teve êxito e só restou retornar ao Mundo Espiritual e relatar os acontecimentos ao Diogo.
     Diogo não se conformou com o desfecho do caso. Reuniu a sua Trapa de Elite e seguiu para o Hospital, onde estava internada a sua filha Ana.
     Lá chegando encontrou as Entidades Benfeitoras, acompanhada da Equipe de Socorro aos obsessores e obsedados. Tentaram fugir, mas foram cercados e aprisionados. Diogo não se conformava em ter sido tão ingênuo em vir até aquele local infestado de inimigos. Alegava que era chefe em sua Colônia e tinha direito de ser tratado como tal. Exigia a sua liberdade imediata.
     Logo às sete horas da manhã de segunda feira D. Beatriz chegou ao Hospital e ficou sabendo que o quadro de Carol continuava instável. Os médicos, para evitar um possível aborto, a colocaram em coma induzido até a medicação começar a fazer efeito positivo. Além de estar desnutrida ao extremo, se manifestou uma pneumonia, que teria de ser combatida com fortes antibióticos que poderiam apresentar efeitos colaterais, inclusive a perda do feto. Ela iria permanecer em coma induzido nas próximas vinte e quatro horas, quando seria novamente avaliada pela junta médica. O médico que atendeu D. Beatriz confirmou que o quadro não era de risco de vida para a mãe, mas era para o filho. A aconselhou a voltar para casa e aguardar as vinte e quatro horas. Em caso de mudança do quadro, pouco provável, ela seria chamada imediatamente.
     D. Beatriz disse que permaneceria no Hospital até a hora do almoço.
     Ronaldo, conforme acertado, passou no domingo a tarde na casa de sua mãe e a encontrou fechada. Como sabia que ela saíra naquela manhã a procura da vagabunda e imaginando que ainda estava pelas ruas, não se preocupou. Na segunda feira, antes de ir para a Empresa, telefonou.
     - Alô e a Janete?
     - Bom dia Dr. Ronaldo, sou eu sim.
     - Chame a minha mãe, que preciso falar com ela e já estou atrasado.
     - A D. Beatriz saiu cedo, para ir ao Hospital.
     - O que aconteceu? Ela está doente?
     - Não. É que encontramos a Carol. Coitadinha, está tão magra e doente.
     - Não me interessa o estado dela. Seria melhor que a encontrassem morta. Mas o que a minha mãe foi fazer no Hospital? Isso é o que me interessa.
     - Ela foi visitar a Carol, que devido o seu estado de saúde, teve que ficar internada.

CONTINUAÇÃO

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