quarta-feira, 17 de abril de 2013

SOMBRAS DO PASSADO - LIVRO DE H. FREITAS



CONTINUAÇÃO

certos que o resultado que alcançarmos, hoje, terá sido o melhor.
     - É isso mesmo Manoel, precisamos ter Fé, Esperança e Equilíbrio para aceitarmos, como vitória, o resultado da nossa empreitada.
     - Como é bom, nesta hora de angustia e ansiedade, encontrarmos pessoas como vocês. Além de serem amigas, não ficam só nas palavras e conselhos, arregaçam as mangas e vão, com muito amor e trabalho, à luta. Em troca de que? Eu mesma respondo: “Do prazer em ajudar as pessoas necessitadas, conhecidas ou desconhecidas, pois, tenho certeza que vocês ajudam sem perguntar quem é”.
     Mais uma vez, Manoel tomou a palavra.
     - D. Beatriz tomo a liberdade de em meu nome e da Patrícia, que somos Espiritas e temos a mesma filosofia de pensamento e, também, da Janete que, ao que parece, não, como nós,  é Espírita, mas, como a senhora já contou, é muito observadora e guarda os ensinamentos e exemplos dados pela senhora, de dizer o seguinte: Temos prazer sim, de ajudar, mas não é só o prazer é também, principalmente, por amor e obrigação. JESUS não disse: “Aquele que quiser torna-se maior, seja vosso servidor e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós, seja vosso escravo, como o filho do homem que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida pela redenção de muitos”. JESUS deve ser o exemplo para todos nós.
     E a conversa continuou proveitosa, especialmente, para Janete, que colada ao lado de Patrícia, tudo ouvia, com muita atenção e encantamento. D. Beatriz, involuntariamente, quebrou o encanto.
     - Pessoal, chegamos ao Terminal do Tietê, vou estacionar o carro.
     Perguntaram aos fiscais, policiais, transeuntes e aos mendigos, para estes eram entregues lanches. O resultado foi negativo, assim também, como nos outros Terminais.
      D. Beatriz já demonstrava sinais de desanimo, através do seu semblante. Manoel, Patrícia e Janete procuravam incentivá-la dizendo que estavam tendo progresso, pois, apesar de não obterem boas informações, não tiveram más. Pior seria se alguém informasse que a tinham visto embarcando para outro Estado ou até mesmo para o Exterior. DEUS, como sempre, está do nosso lado, agora só temos as ruas para procura-la e ainda não é meio dia.
     - Você tem razão Manoel, só que pelo relógio são onze e cinquenta e cinco. Vamos aproveitar que estamos parados, aqui no estacionamento, e fazer um lanche.
     - Vamos sim, mas se não se importarem, faremos andando, para aproveitar o horário. Hoje é domingo, o movimento é pequeno e os pedintes devem se recolher mais cedo, até porque, o frio está aumentando.
     - Pegue o volante Manoel, além de estar com fome, estou cansada.
     Depois de rodarem por várias ruas e seguirem informações falsas, com os lanches terminados e já passava das dezessete horas, estavam, desanimados, voltando para casa.
     Ao passarem pela Praça da República, avistaram, caminhando pelo passeio, uma menina magra, cabelos longos, maltrapilha, grávida e procurando amenizar o frio, encolhendo-se em seus farrapos, que, ao anoitecer, a temperatura baixara muito.
     D. Beatriz gritou para o Manoel, que estava na direção do veículo, assustando a todos.
     - Pare Manoel, pare. Estão vendo aquela menina na calçada? É a Carol, tenho certeza.
     - Não poder ser, eu a conheço. Certamente não é ela, mas vamos lá Manoel, pelo menos poderemos obter alguma informação.
     - Tão logo Manoel aproximou o carro do meio fio, para estacionar, D. Beatriz gritou.
     - Carol, Carol.
     A menina que ia um pouco à frente se virou e, também, gritou.
     - Vovó me ajude.
     E caiu desmaiada. Os quatro saíram do carro e foram em sua direção. A primeira a chegar foi a D. Beatriz, que se abraçou à ela, dizendo.
     - É a minha neta. Chamem um médico, ela está morrendo. Carol aguente firme, vamos salvá-la.
     Enquanto Patrícia e Janete procuravam acalmar a D. Beatriz, Manoel carregou Carol para o Carro. Neste momento chegou um mendigo dizendo:
     - Larguem essa menina, ela é minha.
     D. Beatriz, enquanto Carol era acomodada no carro, tomou a frente do mendigo e respondeu:
     - Sua o que? Quem é você para ser proprietário de alguém? Que lhe disse que as pessoas são mercadoria para ter dono? Você deve ser o explorador desta pobre menina. Mas agora acabou, suma daqui.
     - A senhora está falando muito, me entregue à menina ou chamo meus amigos e a coisa vai ficar preta para vocês.
     Carol, ainda desmaiada, já estava dentro do carro, no colo de Patrícia. Manoel se aproximou do mendigo e disse:
     - Vá embora imediatamente ou chamo a Policia e ai sim, a coisa vai ficar preta para você. Vamos D. Beatriz, precisamos levá-la a um Hospital. Parece que a coisa é grave e urgente. Ela continua sem sentidos.

CONTINÚA AMANHÃ

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