CONTINUAÇÃO
certos que o
resultado que alcançarmos, hoje, terá sido o melhor.
- É isso mesmo Manoel, precisamos ter Fé,
Esperança e Equilíbrio para aceitarmos, como vitória, o resultado da nossa
empreitada.
- Como é bom, nesta hora de angustia e ansiedade,
encontrarmos pessoas como vocês. Além de serem amigas, não ficam só nas palavras
e conselhos, arregaçam as mangas e vão, com muito amor e trabalho, à luta. Em
troca de que? Eu mesma respondo: “Do prazer em ajudar as pessoas necessitadas,
conhecidas ou desconhecidas, pois, tenho certeza que vocês ajudam sem perguntar
quem é”.
Mais uma vez, Manoel tomou a palavra.
- D. Beatriz tomo a liberdade de em meu
nome e da Patrícia, que somos Espiritas e temos a mesma filosofia de pensamento
e, também, da Janete que, ao que parece, não, como nós, é Espírita, mas, como a senhora já contou, é
muito observadora e guarda os ensinamentos e exemplos dados pela senhora, de
dizer o seguinte: Temos prazer sim, de ajudar, mas não é só o prazer é também,
principalmente, por amor e obrigação. JESUS não disse: “Aquele que quiser
torna-se maior, seja vosso servidor e aquele que quiser ser o primeiro dentre
vós, seja vosso escravo, como o filho do homem que não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida pela redenção de muitos”. JESUS deve ser o
exemplo para todos nós.
E a conversa continuou proveitosa, especialmente,
para Janete, que colada ao lado de Patrícia, tudo ouvia, com muita atenção e encantamento.
D. Beatriz, involuntariamente, quebrou o encanto.
- Pessoal, chegamos ao Terminal do Tietê,
vou estacionar o carro.
Perguntaram aos fiscais, policiais, transeuntes
e aos mendigos, para estes eram entregues lanches. O resultado foi negativo,
assim também, como nos outros Terminais.
D.
Beatriz já demonstrava sinais de desanimo, através do seu semblante. Manoel, Patrícia
e Janete procuravam incentivá-la dizendo que estavam tendo progresso, pois,
apesar de não obterem boas informações, não tiveram más. Pior seria se alguém
informasse que a tinham visto embarcando para outro Estado ou até mesmo para o
Exterior. DEUS, como sempre, está do nosso lado, agora só temos as ruas para
procura-la e ainda não é meio dia.
- Você tem razão Manoel, só que pelo relógio
são onze e cinquenta e cinco. Vamos aproveitar que estamos parados, aqui no
estacionamento, e fazer um lanche.
- Vamos sim, mas se não se importarem,
faremos andando, para aproveitar o horário. Hoje é domingo, o movimento é
pequeno e os pedintes devem se recolher mais cedo, até porque, o frio está
aumentando.
- Pegue o volante Manoel, além de estar
com fome, estou cansada.
Depois de rodarem por várias ruas e seguirem
informações falsas, com os lanches terminados e já passava das dezessete horas,
estavam, desanimados, voltando para casa.
Ao passarem pela Praça da República, avistaram,
caminhando pelo passeio, uma menina magra, cabelos longos, maltrapilha, grávida
e procurando amenizar o frio, encolhendo-se em seus farrapos, que, ao
anoitecer, a temperatura baixara muito.
D. Beatriz gritou para o Manoel, que
estava na direção do veículo, assustando a todos.
- Pare Manoel, pare. Estão vendo aquela
menina na calçada? É a Carol, tenho certeza.
- Não poder ser, eu a conheço. Certamente
não é ela, mas vamos lá Manoel, pelo menos poderemos obter alguma informação.
- Tão logo Manoel aproximou o carro do
meio fio, para estacionar, D. Beatriz gritou.
- Carol, Carol.
A menina que ia um pouco à frente se virou
e, também, gritou.
- Vovó me ajude.
E caiu desmaiada. Os quatro saíram do
carro e foram em sua direção. A primeira a chegar foi a D. Beatriz, que se
abraçou à ela, dizendo.
- É a minha neta. Chamem um médico, ela
está morrendo. Carol aguente firme, vamos salvá-la.
Enquanto Patrícia e Janete procuravam
acalmar a D. Beatriz, Manoel carregou Carol para o Carro. Neste momento chegou
um mendigo dizendo:
- Larguem essa menina, ela é minha.
D. Beatriz, enquanto Carol era acomodada
no carro, tomou a frente do mendigo e respondeu:
- Sua o que? Quem é você para ser proprietário
de alguém? Que lhe disse que as pessoas são mercadoria para ter dono? Você deve
ser o explorador desta pobre menina. Mas agora acabou, suma daqui.
- A senhora está falando muito, me entregue
à menina ou chamo meus amigos e a coisa vai ficar preta para vocês.
Carol, ainda desmaiada, já estava dentro
do carro, no colo de Patrícia. Manoel se aproximou do mendigo e disse:
- Vá embora imediatamente ou chamo a Policia
e ai sim, a coisa vai ficar preta para você. Vamos D. Beatriz, precisamos levá-la
a um Hospital. Parece que a coisa é grave e urgente. Ela continua sem sentidos.
CONTINÚA AMANHÃ
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