sexta-feira, 12 de abril de 2013

SOMBRAS DO PASSADO - LIVRO DE H. FREITAS

CONTINUAÇÃO



     - Você devia ter insistido. Tenho certeza que foi a Carol.
     - Como insistir? Não falaram e desligaram na minha cara.
     - Parece que é coisa feita. Fiquei ao lado de telefone o tempo todo, quando sai paras ir ao banheiro, ele tocou. A Carol deve ter sido sequestrada e está passando as maiores privações e até sendo espancada. Você não ouviu choro? Deve ter sido ele que foi pega no telefone. Oh meu DEUS tenha piedade desta menina que está sofrendo por erro dos pais.
     - D. Beatriz a senhora não vive falando que só pagamos os nossos erros? Que não pagamos os erros dos outros e nem os outros pagam os nossos?
     - É isto mesmo minha filha. Estou tão aflita que nem sei o que penso e digo. O que ela está passando é resgate de suas dívidas. Mas convenhamos, é muito sofrimento para uma pessoa. Se ao menos eu estivesse ao seu lado, não para pagar por ela, mas para lhe dar forças a fim de tudo suportar com tolerância e resignação. Sozinha é muito difícil.
     - D. Beatriz a senhora, também, não diz que DEUS só dá o frio conforme o cobertor? E que o peso do nosso fardo é o que podemos carregar?
     - É isso mesmo, você tem razão. Agora vá preparar o almoço, que quero chegar antes das duas horas no Centro.
     Janete saiu da sala e D. Beatriz levantou os olhos para o alto e falou em voz baixa.
     - Pai aceite os meus erros, que são de avó desesperada com os sofrimentos de sua querida neta. Oh Pai, ameniza os sofrimentos dessa menina e lhe dê forças para suportá-los e a mim para achar uma solução para este problema. Pai tenha piedade de nós.
     D. Beatriz almoçou e logo seguiu para o Centro. Antes das duas,  estava reunida com o Sr. Paulo, Patrícia, Ivete e Manoel, que, também, chegaram cedo. Contou sobre o telefonema, suas suspeitas de sequestro da neta e sobre as palavras de Janete.
     - Que bom seria, minha querida irmã, se todos nós tivéssemos uma Janete para lembrar-nos dos ensinamentos que passamos para os outros e muitas vezes esquecemo-nos de praticá-los, principalmente, nessas horas de desespero. Tenha paciência, resignação e fé que, com a permissão do nosso Pai Celestial, o drama da sua família será resolvido, de acordo com o merecimento de cada um. E como a Janete lembrou DEUS não permite que coloquemos em nossos ombros fardo que não podemos carrega-lo. Não desanime que, mais do que nós, os nossos mentores e suas Equipes Espirituais estão trabalhando, dia e noite, para solução deste problema, o mais rápido possível.
     D. Beatriz agradeceu as palavras do Sr. Mário e a solidariedade de todos. A Equipe completa seguiu para a sala onde seria realizada a sessão de desobsessão à distância.
     Como de costume, o Sr. Mário fez as preces iniciais e deu permissão para as Entidades presentes se manifestarem.
     Através da médium Patrícia a sua mentora Espiritual se pronunciou:
     - Meus queridos irmãos que a paz de DEUS esteja com todos. Em primeiro lugar, gostaria de me dirigir à irmã Beatriz para pedir que tenha muita Paciência, Resignação e Fé, bastante Fé, pois, infelizmente, só aprendemos através da dor e do sofrimento. A sua família vai sofrer mais um pouco. Fisicamente, a sua neta, neste período que vive perambulando pelas ruas. Psicologicamente, os pais dela vão sofrer muito mais, por serem orgulhosos, egoístas e materialistas. Embora se dizendo cristãos, dão valor somente às coisas materiais. Não sabem e nem têm interesse em saber de onde vieram, o que estão fazendo aqui e para onde vão. O importante para eles é o poder, o dinheiro e a posição social. Ah! Como vão sofrer agora e no outro mundo, a nossa definitiva Pátria, o nosso Mundo Espiritual, quando lá chegarem, após a morte do corpo físico. Tenha fé minha querida irmã que, com a permissão do nosso Pai, haveremos de desembaraçar esse emaranhados de teias e chegaremos às soluções desses problemas que vêm de reencarnações pretéritas. Agora, vou ficar no meu cantinho para presenciar o desenrolar dessa reunião, que parece que vai ser muito proveitosa. Que a paz do Senhor fique com todos.
     A seguir, a irmã Ivete deu passagem para o Espírito do irmão Antônio.
     Boa tarde meus irmãos. Mais uma vez fui trazido para esta Casa, confesso um pouco receoso.
     - Receoso, porque meu irmão – Perguntou o doutrinador Manoel.
     - Pensei que o Baltazar estivesse presente, muito embora, os irmãos que me trouxeram afirmassem que ele não estaria presente, mas vocês sabem quem viveu, por muitos anos, cercado de mentiras, promessas e ameaças, é difícil reconhecer quando estão falando a verdade. Estou a disposição de vocês para esclarecer e ajudar na solução deste drama da família de D. Beatriz. Antes quero agradecer a todos desta mesa de trabalhos e, também, a essas Entidades, aqui presentes, pela acolhida e tratamento que estou tendo, a partir do momento que resolvi aceitar a ajudas que vocês me ofereceram. Confesso, humildemente, que não sou merecedor de tanta consideração e amor que estou recebendo.
     O doutrinador Manoel, designado pela mesa para atender o irmão Antônio, disse:
     - Meu irmão, o que você está recebendo   não é privilégio,  é a nossa       obrigação ajudar a 

CONTINÚA AMANHÃ

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