Será que
contamos com este número? – perguntou D. Mariana.
-
Temos mais de trinta doutrinadores na casa e a convocação deles ficará a cargo
de D. Beatriz e de todos vocês. Muito bem, já são seis e meia e como acho que
todos estão de acordo para iniciarmos, hoje, a nova modalidade de atendimento,
vamos arrumar o salão e designar os doutrinadores para o trabalho.
- Vamos, também, colocar quatro ou cinco
colaboradores para organizar a entrada dos pacientes para atendimento. Como
será a primeira vez que usaremos este novo método, temos que nos precaver de
todos os meios para evitarmos qualquer contra tempo - completou D. Beatriz.
Antes de sair, para arrumação do salão, Patrícia
chamou D. Beatriz ao lado e perguntou.
- Como está o caso da nora? Convencê-la a
vir ao Centro?
- A coisa piorou. A Carol está grávida e
não quer dizer quem é o pai. O Meu filho retornou de viagem, não se conforma
com a situação, acusa a Cida de não ter sabido educar a filha e ameaçou
abandoná-la.
- Cida, por sua vez, trancou a Carol no
quarto, incomunicável e disse que, se ela não revelar quem é o pai, para ser
providenciado o casamento, se for filho de família em boa situação social, ela
a obrigará fazer um aborto. Já imaginou com o a situação está cada vez pior?
- Puxa D. Beatriz a coisa, realmente, se
complicou. O que a senhora pretende fazer? Algo tem que ser feito e de
imediato, pois, como à senhora acaba de contar, poderá haver um desfecho bem
pior.
- Não sei minha filha. Chequei cedo para
conversar com você e o Sr. Mário, mas
com esta reunião, não foi possível. Gostaria que, depois dos trabalhos,
pudéssemos conversar para encontramos um meio de ajuda-los. Na atual situação,
acho muito difícil trazer qualquer um deles para participar de uma reunião,
aqui no Centro.
- Tenha fé, com a ajuda de DEUS não existe
o impossível. Mais tarde conversaremos e, tenho certeza, acharemos uma solução.
- Foram ajudar na preparação para inicio
dos trabalhos, que estava preste a ser iniciado.
O novo método transcorreu na mais perfeita
ordem, sendo aprovado por todos os pacientes, inclusive pelos Mentores
Espirituais do Centro.
A primeira etapa terminou por volta das oito
e meia, portanto, tinham mais de uma hora para atenderem, individualmente, os
noves pacientes selecionados. Foram feitas três equipes com sete médiuns
psicofônicos, sete doutrinadores e um dirigente cada uma, em salas separadas,
iriam atender os pacientes selecionados na primeira etapa dos trabalhos. Esses
pacientes ficaram orando e concentrados, em sala separada, aguardando o atendimento.
O atendimento era feito da seguinte maneira:
O paciente ficava sentado em uma cadeira, rodeado pelos médiuns e
doutrinadores, com o dirigente do trabalho em sua frente, orando e unindo as
energias. Depois que o obsessor ou obsessores incorporavam nos médiuns psicofônicos,
o paciente era retirado da sala e, só então, os doutrinadores iniciavam a
doutrina nos espíritos obsessores, que sempre davam muito trabalho. Este
atendimento individual, no mínimo, deveria ser feito por cinco vezes
consecutivas para surtir efeito positivo. Para os casos mais graves, ou seja,
casos de possessão, seriam necessários até trinta atendimentos.
No término
dos trabalhos, alguns médiuns, entre eles D. Beatriz e Patrícia, ficaram comentando
sobre o sucesso da nova maneira de atendimento e, também, fazendo sugestões
para melhorarem, ainda, mais.
Eram mais de dez horas quando, finalmente,
D. Beatriz ficou a sós com o Sr. Mário e Patrícia. Contou para os dois todos os
acontecimentos nos mínimos detalhes e, no final, pediu para ajudarem a
encontrar uma maneira de solucionar todos aqueles problemas que, dia a dia, se
multiplicavam.
O Sr. Mário foi o primeiro a opinar.
- Como já tivemos oportunidade de dizer,
esses problemas são oriundos de reencarnações passadas e só com um trabalho
persistente de desobsessão conseguiremos algum êxito.
- Justamente isso disse para D. Beatriz e
mais que qualquer pessoa, ela sabe que a origem é essa. Todavia, o grande
dilema é trazê-los ao Centro. De acordo com ela, a nora tinha concordado de vir
na segunda feira, porém, os irmãos obsessores conseguiram fazer aparecer um
fato novo, que a fez desistir e nos deixar de mãos atadas. – comentou Patrícia.
- A situação é essa, meus irmãos. Cada vez
mais a família do meu filho está desmoronando e, o que é pior, não vejo solução
para evitar que isso aconteça.
-Calma minha irmã, tenha fé e equilíbrio.
DEUS é nosso pai e está pronto para dar forças a todos aqueles que recorrem a
sua justiça.
- Eu sei, mas parece que este é o destino
deles e não podemos fazer algo para modifica-lo.
- Estou desconhecendo-a. Onde está aquela
irmã espírita, paciente, equilibrada e, principalmente, crente em DEUS?
- Realmente irmãos, até eu estou desconhecendo-me.
Infelizmente, ainda, somos tão imperfeitos. Quando problema é dos outros,
achamos que não é tão grande e sempre temos a solução. Porém, quando o problema
é nosso, achamos que é maior de todos e não existe solução. Por isso que estou
pedindo ajuda a vocês e que não me deixe desanimar e desistir de lutar.
CONTINÚA AMANHÃ
Nenhum comentário:
Postar um comentário