sábado, 30 de março de 2013

SOMBRAS DO PASSADO - LIVRO DE H. FREITAS

CONTINUAÇÃO



     - Glória é Beatriz. Você não telefonou. Fiquei ansiosa por notícias. Liguei para o celular da Carol, mas está desligado.
     - A D. Cida bloqueou os telefonemas para chamadas, eles só recebem e tomou o celular da Carol. A senhora precisa, urgentemente, fazer alguma coisa. A coitadinha da Carol só faz chorar. Levei o almoço, mas ela nem tocou.
     - Glória transfira a ligação paras o quarto dela.
     - Não posso. A D. Cida desligou a extensão. Disse que ela vai ficar incomunicável, até resolver dizer o nome do rapaz.
     - Não é possível, a Cida está louca. Prender a filha no quarto e deixa-la incomunicável. Não acredito que na virada do ano dois mil, ainda, existam pessoas agindo como estivessem no século passado.
     - A senhora quer mandar algum recado paras ela? Está na hora de levar o lanche. Só posso entrar no quarto nos horários de refeições.
     - Diga para ela ficar calma e fazer as refeições. Diga, também, que vou falar com o meu filho, para trazê-la para morar comigo.
     - Darei o recado. Vou ter que desligar porque está passando o horário do lanche e logo a D. Cida vai descer para reclamar. A chave do quarto fica com ela e vai reclamar por ter passado do horário.
     - Está bem, antes vou pedir mais um favor. Quando o Ronaldo chegar diga que quero vê-lo e que amanhã, antes de ir para o Escritório, passe aqui. Quando voltar do Centro telefono novamente, deve ser por volta das dez horas. Procure estar perto do telefone neste horário. Até logo e cuide bem de Carol.
     - Até logo D. Beatriz, ficarei esperando o seu telefonema.
     Antes das cinco horas, D. Beatriz foi para o Centro, queria dividir suas apreensões com o Sr. Mário e Patrícia e, também, encontrar soluções, até porque, as pessoas de fora têm mais possibilidades, por agirem com a razão e não com o coração, como acontece com as pessoas que estão dentro do problema.
     Com estes pensamentos chegou ao seu destino e dirigiu-se à sala da Diretoria, onde os médiuns se reuniam para acerto dos últimos detalhes dos trabalhos do dia, apoio entre si e concentração espiritual, antes do inicio do atendimento aos necessitados.
     Na sala encontravam-se, além do Sr. Mário, mais cinco médiuns, porém Patrícia não tinha chegado. Dirigiu-se aos presentes dizendo:
     - Boa tarde para todos. Que a Paz de DEUS esteja conosco. Sr. Mário preciso falar com o senhor sobre o problema da minha neta, mas gostaria que a Patrícia estivesse presente. Como o senhor, ela é conhecedora de todo o caso.
     - Vamos aguardá-la mais um pouco, ela está para chegar. Enquanto isso, vamos acertar os detalhes para iniciarmos, hoje, o trabalho de desobsessão coletiva. O número de pacientes cresceu muito e, individualmente, não temos condições físicas para atender a todos.
     - Quantos médiuns efetivos nós temos – perguntou D. Mariana, uma das mais antigas médiuns do Centro.
     - D. Beatriz pode informar isso, ela controla a frequência dos médiuns.
     - Nós temos vinte e cinco cadastrados, mas, podemos contar com dezoito, que raramente faltam e quando assim o fazem, avisam com antecedência.
     - Muito bem. O que acham de começarmos atendendo quinze pessoas de cada vez? Em dez rodadas atenderíamos cento e cinquenta pessoas, que é, mais ou menos, o número de atendimentos em dia de desobsessão.
     - E qual o tempo de duração de cada rodada? – perguntou, novamente, D. Mariana.
     - Acho que, no máximo, demoraríamos sete minutos – respondeu o Sr. Mário.
     - Em quinze rodadas, gastaríamos uma hora e quarenta e cinco minutos, ou seja, terminaríamos por volta das nove e quinze, bem antes do horário de encerramento, ou seja, quinze minutos antes. Concordo, plenamente, com o novo sistema – complementou D. Mariana.
     D. Beatriz pediu licença aos presentes, agora já era mais de vinte médiuns presentes, inclusive a Patrícia e disse:
     - Antes de colocarmos em votação o novo sistema de atendimento, gostaria de sugerir, para aqueles mais necessitados, um atendimento individual, ou seja, após o atendimento coletivo faríamos o individual.
     - E quem escolheria os mais necessitados? A senhora sabe que todos querem atendimento especial – perguntou outra médium, a Ivete, também, colaboradora antiga do Centro.
     - Esta escolha, ou melhor, classificação, seria feito, criteriosamente, pelo dirigente do trabalho e  sempre levando em conta a necessidade e não a vontade do paciente.
     - Fiquei satisfeita com os esclarecimentos de D. Beatriz, acho que já podemos fazer a votação – complementou Ivete.
     - Meus queridos irmãos, como Presidente da Diretoria do Centro e, principalmente, como amigo, gostaria de fazer um apelo a vocês. Estão presentes vinte e três médiuns, com este número poderemos fazer atendimentos para vinte e três pacientes por vez, o que nos daria mais tempo para atendermos os mais necessitados, individualmente. Portanto, peço a vocês que façam um maior esforço para não faltarem nos dias de desobsessão.
     - Sr. Mário para realizarmos esse trabalho precisamos do mesmo número de doutrinadores

CONTINÚA AMANHÃ

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