sexta-feira, 29 de março de 2013

SOMBRAS DO PASSADO - LIVRO DE H. FREITAS

CONTINUAÇÃO


passando a responsabilidade de pai para a senhora. Portanto, a partir deste momento, o problema vai ser resolvido a minha maneira.
     - O Ronaldo não passou nada para mim, fui eu quem o aconselhou a ir para o Escritório. Ele estava muito e não tinha condições psicológicas para conversar com a filha.
     - Não tinha condições psicológicas para resolver à sem vergonhice da filha, mas teve para ameaçar me abandonar. Provavelmente tem uma amante e vai aproveitar a oportunidade, dada por esta vagabunda, para passar a morar com ela. 
     - A sua raiva e revolta estão lhe tirando a razão. Você precisa ter calma, paciência e voltar a raciocinar com lógica e equilíbrio.
     - A senhora está querendo dizer que estou ficando louca?
     - Claro que não minha filha. A situação é que não a deixa agir com moderação. Parece que você está mais preocupada em esconder o problema dos vizinhos e amigos, do que resolvê-lo.
     - Por favor, vamos encerrar o assunto para que não nos ofendamos mutuamente. Carol suba para o seu quarto e não saia, sob qualquer pretexto.
     - A senhora poderá fazer o que quiser, até me matar de pancada, mas não direi o nome do pai do meu filho e nem farei aborto.
     Cida partiu para cima da filha, porém, D. Beatriz colocou-se à frente de Carol, protegendo-a contra a fúria da mãe.
     - D. Beatriz saia da frente que quero ensinar esta vagabunda a respeitar-me.
     - Se você bater nela, juro que tomarei providencia enérgica. Recorrerei a Policia e ao Juizado de Menores.
     - Era só o que faltava além desta vagabunda envergonhar a nossa família, a senhora quer aumentar o escândalo, colocando o nosso nome nas paginas policiais. Isto é o fim do mundo.
     - Você é quem está transformando a gravidez de sua filha em escândalo. Carol troque de roupa e vamos para minha casa, lá você será tratada como um ser humano, como uma pessoa normal.
     - Nada disso, ela é minha filha e ficará aqui até quando eu quiser.
     - Muito bem, mas não esqueça, se eu tomar conhecimento de qualquer agressão física contra ela, tomarei as providências necessárias para retirá-la da sua guarda. Vá para o seu quarto minha filha e qualquer coisa telefone para mim.
     - Está bem vovó, não se preocupe, eles nunca se interessaram por mim e não será agora que o farão.
     - Filha eles não estão interessados na sua situação e sim, principalmente a sua mãe, estão preocupados com o que irão falar os vizinhos e amigos – D. Beatriz falou baixinho em seu ouvido.
     Carol subiu para o seu quarto, seguida por Cida que queria certificar-se, realmente, se ela iria ficar no castigo. Depois que Carol entrou no quarto, Cida trancou a porta levando a chave.
D. Beatriz despediu-se de D. Glória, dizendo:
     - Glória a minha nora está fora de si. Vou para casa, mas gostaria que você me telefonasse se ela ou o Ronaldo fizerem alguma coisa com a Carol. Pode telefonar qualquer hora, se por acaso, eu não estiver em casa, diga o que está ocorrendo para a Janete, que ela me localizará onde eu estiver.
     - Pode deixar D. Beatriz, qualquer anormalidade eu lhe telefono. Acho, se a Carol ficar em seu quarto sem tentar pular a janela, eles não farão nada contra ela.
     D. Beatriz foi direto para casa. Pressentia que aquela situação iria se agravar. Cida muito apegada aos preconceitos e tabus da sociedade, jamais aceitaria a gravidez da filha. Se o rapaz fosse filho de família bem situada, tentaria fazer o casamento, caso contrário, obrigaria a filha fazer um aborto. Não, isto não poderia acontecer. Aqueles três estavam enredados pelos erros que cometeram em reencarnações passadas, precisando aproveitar a oportunidade, nesta reencarnação, para resgatarem suas dividas e reconciliarem-se entre si, não poderiam cometer mais um erro gravíssimo, praticando um aborto.
     Logo que chegasse ao Centro, conversaria com o Sr. Mário e Patrícia, para pedir conselhos e ajuda para o seu filho e a família. Precisava fazer alguma coisa para ajuda-los. Mais do que alguém, sabia o que estava acontecendo com aquela família, assim como, sem ajuda de fora, eles não encontrariam a reconciliação para a qual vieram para este Planeta.
     Após o almoço, deitou-se e adormeceu. Já passava das três horas da tarde quando acordou. Imediatamente procurou por Janete.
     - Janete alguém telefonou para mim? A Glória deixou algum recado?
     - Não senhora. Não telefonaram, nem a D. Glória.
     - Não é possível, já são quase três e meia. Vou telefonar para Carol.
     O telefone de Carol estava desligado. A chamada caia na caixa de mensagem. Resolveu telefonar para o telefone fixo, provavelmente, seria a Glória que iria atender, caso fosse a Cida, desligaria sem dizer nada.
     - Alô, residência do Dr. Ronaldo, boa tarde.

CONTINÚA AMANHÃ

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