sábado, 23 de março de 2013

SOMBRAS DO PASSADO - LIVRO DE H. FREITAS

CONTINUAÇÃO



Se não me imponho, ela vai trazer a sua turma para dentro de casa.
     - Minha filha, você não acha que isso seria muito melhor? Provavelmente, com todos em sua casa você teria mais chances de acompanhá-la de perto e até transformá-la.
     - A senhora não conhece a turma que ela anda, como eles mesmos dizem, é da pesada. Tanto as meninas como os meninos são verdadeiros marginais. Sexo e bebidas são coisas normais entre eles. Estou desconfiando que até drogas eles estejam usando.
     - Muito bem, como hoje estou aqui, não fale nada quando ela levantar deixe que eu converse com ela. E acredite nisso: Nunca é tarde para recomeçar uma nova vida, para reformar os nossos atos e a nossa maneira de pensar e agir.
     Cida ouviu as palavras de D. Beatriz com muita atenção, mas, apesar de considerá-la  uma profunda conhecedora da vida, não concordava.
     Foram para a sala de refeições e, enquanto Cida tomava café, D. Beatriz falava de JESUS, de seus sofrimentos na Terra e do seu grande amor para com os seus irmãos.
      - Tanto, para aqueles que amavam e o acompanhavam, como para aqueles que o traíram e o condenaram, perdoando a todos. Quando foi indagado, por Pedro, se deveríamos perdoar os irmãos até sete vezes ele respondeu: “NÃO SETE VEZES, MAS SETE VEZES SETENTA”. Portanto, quem somos nós para não perdoarmos outrem? Qual a autoridade que possuímos para negar o nosso perdão? Aliás, como eternos pedintes que somos, usamos as nossas orações para pedir perdão a DEUS, inclusive na prece que JESUS nos ensinou, pedimos e prometemos perdão. Todavia, quando, realmente, o problema bate em nossa porta e adentra no seio de nossa família, esquecemos tudo que aprendemos e agimos com orgulho e egoísmo. E, ainda, temos a ousadia de dizer que estamos agindo de acordo com o nosso amor próprio.
     D. Beatriz falava de maneira tão convicta e serena que as suas palavras, além de ensinar, transformavam-se em doce melodia aos ouvidos de Cida e D. Glória, que sentara à mesa para ouvi-la.
     As horas passaram rápidas. Era quase meio dia quando foi interrompida por Rodrigo, que entrara na sala.
     - Bom dia vovó. É um prazer encontra-la aqui e desculpe por ter interrompido a conversa de vocês. Bom dia mamãe, bom dia vó Glória.
     Rodrigo abraçou e beijou uma a uma. D. Beatriz, ainda abraçada ao neto, disse:
     - Bom dia meu filho, o prazer é todo meu em vê-lo forte, alegre, feliz e cada dia mais bonito. A sua mãe convidou-me para almoçar e tomei a liberdade de chegar cedo para filar o café.
     - Se soubesse que a senhora chegaria cedo teria levantado para acompanha-la no café e ouvi-la falar sobre a Doutrina Espírita.
     - Rodrigo você está interessado no Espiritismo? – perguntou Cida.
     - Claro que sim mamãe. Como cristão interesso-me pelas coisas que falam de amor e DEUS. Até porque, a vovó fala tão bonito, principalmente, sobre a Doutrina Espírita. Qualquer dia desses vou ao seu Centro Espírita para assistir uma reunião. Vovó qual o dia mais adequado para eu ir?
     - Obrigada pelo elogio, mas quando falo sobre a Doutrina Espírita e, logicamente, de DEUS, parece que as palavras brotam do meu coração. Quando a sua ida ao Centro, ele estará sempre a sua disposição, porém. Só vá quando o seu coração mandar e nunca por imposição ou satisfação de alguém. Outra coisa, o Centro não é meu e sim de todos os que ali comparecem para orar.
     - D. Beatriz o que a senhora acabou de falar ao Rodrigo não é coerente com o que disse a mim.
     - Acho que você está enganada. Eu a convidei a frequentar o Centro por motivos familiares, não fiz qualquer imposição. Como médium e algum conhecimento do mundo espiritual, tenho o dever e obrigação de procurar amenizar a caminhada do meu próximo, pela estrada tortuosa da vida. Nós pecamos por palavras, pensamentos, atos e, também, por omissões. Todos nós temos o Livre Arbítrio, portanto, somente nós somos responsáveis por nossos atos e suas consequências. Parece que o Rodrigo quer assistir uma reunião Espírita por curiosidade e abrir a sua mente para novos conhecimentos sobre religião. Ao passo que você está precisando de ajuda espiritual, mas, +só você através do seu livre arbítrio deverá ver se chegou a hora de procurar essa ajuda.
     Tem muitas pessoas que estão iguais a você e, até em pior situação que por qualquer motivo, ainda, não encontraram o caminho da ajuda. Você encontrou o caminha, minha filha, dependente unicamente da sua decisão. Você é quem decide, quer ser ajudada ou não.
- Quando fui lhe procurar para pedir ajuda, já tinha tentado de tudo, ao meu alcance pessoal, para salvar o meu casamento, mas, infelizmente, a situação piora dia a dia. Aceitei o seu convite para ir ao Centro, porém, isso não quer dizer que acredito que o nosso problema seja resolvido, até porque, como a senhora sabe, nós somos católicos e não acreditamos em Umbanda.
     - Nós somos espíritas e não umbandista. Entre as duas existe bastante diferença. O Espiritismo anda de mãos dada com a Religião, Filosofia e a Ciência, portanto, a lógica é uma constante. Para termos êxito na vida precisamos acreditar ter fé e esperança em tudo que fazemos. No Espiritismo é igual, pois, se assim não fosse não teria lógica. Para termos fé e esperança em alguma coisa precisamos acreditar 

CONTINÚA AMANHÃ

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