Se não me
imponho, ela vai trazer a sua turma para dentro de casa.
- Minha filha, você não acha que isso
seria muito melhor? Provavelmente, com todos em sua casa você teria mais
chances de acompanhá-la de perto e até transformá-la.
- A senhora não conhece a turma que ela
anda, como eles mesmos dizem, é da pesada. Tanto as meninas como os meninos são
verdadeiros marginais. Sexo e bebidas são coisas normais entre eles. Estou
desconfiando que até drogas eles estejam usando.
- Muito bem, como hoje estou aqui, não
fale nada quando ela levantar deixe que eu converse com ela. E acredite nisso:
Nunca é tarde para recomeçar uma nova vida, para reformar os nossos atos e a
nossa maneira de pensar e agir.
Cida ouviu as palavras de D. Beatriz com
muita atenção, mas, apesar de considerá-la
uma profunda conhecedora da vida, não concordava.
Foram para a sala de refeições e, enquanto
Cida tomava café, D. Beatriz falava de JESUS, de seus sofrimentos na Terra e do
seu grande amor para com os seus irmãos.
-
Tanto, para aqueles que amavam e o acompanhavam, como para aqueles que o traíram
e o condenaram, perdoando a todos. Quando foi indagado, por Pedro, se deveríamos
perdoar os irmãos até sete vezes ele respondeu: “NÃO SETE VEZES, MAS SETE VEZES
SETENTA”. Portanto, quem somos nós para não perdoarmos outrem? Qual a
autoridade que possuímos para negar o nosso perdão? Aliás, como eternos
pedintes que somos, usamos as nossas orações para pedir perdão a DEUS,
inclusive na prece que JESUS nos ensinou, pedimos e prometemos perdão. Todavia,
quando, realmente, o problema bate em nossa porta e adentra no seio de nossa
família, esquecemos tudo que aprendemos e agimos com orgulho e egoísmo. E,
ainda, temos a ousadia de dizer que estamos agindo de acordo com o nosso amor
próprio.
D. Beatriz falava de maneira tão convicta
e serena que as suas palavras, além de ensinar, transformavam-se em doce
melodia aos ouvidos de Cida e D. Glória, que sentara à mesa para ouvi-la.
As horas passaram rápidas. Era quase meio
dia quando foi interrompida por Rodrigo, que entrara na sala.
- Bom dia vovó. É um prazer encontra-la
aqui e desculpe por ter interrompido a conversa de vocês. Bom dia mamãe, bom
dia vó Glória.
Rodrigo abraçou e beijou uma a uma. D. Beatriz,
ainda abraçada ao neto, disse:
- Bom dia meu filho, o prazer é todo meu
em vê-lo forte, alegre, feliz e cada dia mais bonito. A sua mãe convidou-me
para almoçar e tomei a liberdade de chegar cedo para filar o café.
- Se soubesse que a senhora chegaria cedo
teria levantado para acompanha-la no café e ouvi-la falar sobre a Doutrina
Espírita.
- Rodrigo você está interessado no Espiritismo?
– perguntou Cida.
- Claro que sim mamãe. Como cristão interesso-me
pelas coisas que falam de amor e DEUS. Até porque, a vovó fala tão bonito, principalmente,
sobre a Doutrina Espírita. Qualquer dia desses vou ao seu Centro Espírita para
assistir uma reunião. Vovó qual o dia mais adequado para eu ir?
- Obrigada pelo elogio, mas quando falo sobre
a Doutrina Espírita e, logicamente, de DEUS, parece que as palavras brotam do
meu coração. Quando a sua ida ao Centro, ele estará sempre a sua disposição,
porém. Só vá quando o seu coração mandar e nunca por imposição ou satisfação de
alguém. Outra coisa, o Centro não é meu e sim de todos os que ali comparecem
para orar.
- D. Beatriz o que a senhora acabou de
falar ao Rodrigo não é coerente com o que disse a mim.
- Acho que você está enganada. Eu a convidei
a frequentar o Centro por motivos familiares, não fiz qualquer imposição. Como
médium e algum conhecimento do mundo espiritual, tenho o dever e obrigação de
procurar amenizar a caminhada do meu próximo, pela estrada tortuosa da vida.
Nós pecamos por palavras, pensamentos, atos e, também, por omissões. Todos nós
temos o Livre Arbítrio, portanto, somente nós somos responsáveis por nossos
atos e suas consequências. Parece que o Rodrigo quer assistir uma reunião
Espírita por curiosidade e abrir a sua mente para novos conhecimentos sobre
religião. Ao passo que você está precisando de ajuda espiritual, mas, +só você
através do seu livre arbítrio deverá ver se chegou a hora de procurar essa
ajuda.
Tem muitas pessoas que estão iguais a você
e, até em pior situação que por qualquer motivo, ainda, não encontraram o
caminho da ajuda. Você encontrou o caminha, minha filha, dependente unicamente
da sua decisão. Você é quem decide, quer ser ajudada ou não.
- Quando fui
lhe procurar para pedir ajuda, já tinha tentado de tudo, ao meu alcance pessoal,
para salvar o meu casamento, mas, infelizmente, a situação piora dia a dia.
Aceitei o seu convite para ir ao Centro, porém, isso não quer dizer que
acredito que o nosso problema seja resolvido, até porque, como a senhora sabe,
nós somos católicos e não acreditamos em Umbanda.
- Nós somos espíritas e não umbandista. Entre
as duas existe bastante diferença. O Espiritismo anda de mãos dada com a
Religião, Filosofia e a Ciência, portanto, a lógica é uma constante. Para
termos êxito na vida precisamos acreditar ter fé e esperança em tudo que
fazemos. No Espiritismo é igual, pois, se assim não fosse não teria lógica.
Para termos fé e esperança em alguma coisa precisamos acreditar CONTINÚA AMANHÃ
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