sexta-feira, 22 de março de 2013

SOMBRAS DO PASSADO - LIVRO DE H. FREITAS

CONTINUAÇÃO



- Bom dia vovó. Quando levantei a vi na sala com a mamãe, mas pareceu-me que estavam tão concentradas na conversa que não quis incomodá-las.
     - Bom dia meu neto, realmente o assunto era muito interessante, mas a sua presença seria um prazer para nós. Como vai na Faculdade? Espero ter logo um médico de confiança e particular para tratar-me.
     - Tudo bem, mesmo sabendo que dependendo de pacientes como a senhora, jovem, forte, bonita e sem doenças morreria de fome, no próximo ano estarei formado e a sua disposição.
     Depois do almoço, D. Beatriz despediu-se da nora e do neto, e seguiu para sua residência, onde apanharia as apostilhas que estavam sendo usadas nos cursos ministrados no sábado à tarde, no Centro.
     Antes das quatorze horas já estava no Centro para inicio das aulas.
     A noite em casa, durante as suas preces, agradeceu a DEUS e a seus mentores espirituais por terem ajudado a sua nora ficar receptiva à Doutrina Espírita e aproveitou para pedir
o enredo e nem a história do filme. Porém, que a tornasse mais crente, para compreender melhor a prioridade que devemos dar a nossa vida espiritual. Tinha certeza que o problema familiar da sua nora era oriundo de reencarnações passadas. Portanto, a solução só poderia ser encontrada na esfera espiritual. Sabia, também, que para chegar a origem do problema e, por conseguinte a sua solução, era necessário que os envolvidos tivessem crença, fé e amor no coração. Sem isso nada poderia ser feito.
     Naquela tarde tinha comprado, na Livraria do Centro, o Evangelho Segundo o Espiritismo e o Livro dos Espíritos, que levaria para Cida. Com eles ela aprenderia e tirando algumas dúvidas sobre o Espiritismo.
     Na próxima semana, quando começasse a frequentar o Centro, já teria uma pequena noção sobre a Doutrina.
     Adormeceu e sonhou com as reencarnações passadas de seu filho, nora e neta. A acordar, pela manhã, pouco lembrava o sonho que tivera. Algumas cenas passavam em sua mente de um modo confuso. Parecia um filme todo cortado, somente aparecendo alguns trechos
que vou lhe servir um café que a Maria acabou de fazer. A senhora quer que eu chame a D. Cida.
     - Não D. Glória cheguei muito cedo, tinha combinado que viria almoçar e cheguei antes intercalados, com os quais não conseguia entender uma coisa ficara claro, o problema estava em encarnações passadas. Nada acontece por acaso e sem merecimento. Aquele sonho, além de avisá-la da existência do problema espiritual, avisou, também, da necessidade dos envolvidos acreditarem, terem fé e transformarem os seus conceitos de vida. Essa tarefa era sua e não poderia perder tempo. Já plantara a semente no coração de Cida, reconhecia que não fora muito trabalhoso, mas com o seu filho e sua neta o trabalho seria árduo e penoso. Realmente não poderia perder tempo, arrumou-se e seguiu para a casa do filho.
     Ao chegar à casa de Ronaldo, por volta das nove horas da manhã, encontrou todos dormindo, com exceção dos empregados.
     D. Glória, uma senhora de sessenta e cinco anos, que trabalhou na casa da tia de Cida, inclusive ajudou-a a cria-la e quando esta se casou a acompanhou, veio abrir à porta.
     - Bom dia D. Beatriz.
     - Bom dia D. Glória. A Cida já levantou?
     - Ainda não. Aliás, os meninos também estão dormindo. Entre, vamos para a sala de refeições do café da manhã. Vou aceitar o seu convite, hoje é dia de folga da Janete e saí sem tomar café.
     D. Beatriz acompanhou aquela senhora que era considerada como uma pessoa da família, aliás, como mãe de criação da Cida, tendo em vista que, desde a morte de seus pais e a sua ida para a cada da tia, ela passou a tomar conta de Cida e dos irmãos, participando efetivamente na educação dos três, desde a infância, adolescência e a maioridade, quando casaram e saíram da casa da tia.
     Após tomar o café, D. Beatriz foi para o jardim e sentou-se em um banco sob a sombra de uma árvore e ficou a meditar sobre os acontecimentos que estavam envolvendo a família de seu filho. Envolta em seus pensamentos, assustou-se quando Cida tocou em seu ombro e falou:
     - Bom dia D. Beatriz. Reclamei com a Glória por não ter me chamado quando a senhora chegou.
     - Bom dia. A D. Glória não tem culpa, eu não deixei que ela a chamasse. Além de chegar muito cedo, precisava ficar só por alguns minutos para colocar os meus pensamentos em ordem.
     - Vamos tomar café. Os meninos não vão levantar agora. Aos domingos, quase sempre, eles só levantam para o almoço. Ontem nem vi a hora que eles chegaram. Vou esperar a Carol levantar para ter uma conversa com ela.
     - Eu lhe faço companhia, a D. Glória já me serviu um delicioso café. Quanto a Carol, converse com ela como estivesse conversando com uma amiga muito querida. Não a obrigue a dizer onde e com quem estava, até porque, além de aborrecerem-se ela poderá inventar qualquer desculpa para encobrir a verdade. Tratando-a como amiga, ela poderá considera-la da mesma maneira e falar a verdade.
     - Até parece que a senhora não conhece a sua neta. Não adianta falar manso e com amor, ela não conhece mais a boa educação. 

CONTINÚA AMANHÃ

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