sexta-feira, 8 de março de 2013

CAMINHO, VERDADE E VIDA - LIVRO DE CHICO XAVIER

CONTINUAÇÃO


167 
Na oração

“Senhor, ensina-nos a orar... – (Lucas, 11:1.)
A prece, nos círculos do Cristianismo, caracteriza-se por gradação infinita em suas manifestações, porque existem crentes de todos os matizes nos vários cursos da fé.
Os seguidores inquietos reclamam a realização de propósitos inconstantes.
Os egoístas exigem a solução de caprichos inferiores.
Os ignorantes do bem chegam a rogar o mal para o próximo.
Os tristes pedem a solidão com ociosidade.
Os desesperados suplicam a morte.
Inúmeros beneficiários do Evangelho imploram isso ou aquilo, com alusão à boa marcha dos negócios que lhes interessam a vida física. Em suma, buscam a fuga. Anelam somente a distância da dificuldade, do trabalho, da luta digna.
Jesus suporta, paciente, todas as fileiras de candidatos do seu serviço, de sua iluminação, estendendo-lhes mãos benignas, tolerando-lhes as queixas descabidas e as lágrimas inaceitáveis.
Todavia, quando aceita alguém no discipulado definitivo, algo acontece no íntimo da alma contemplada pelo Senhor.
Cessam as rogativas ruidosas. Acalmam-se os desejos tumultuários. Converte-se a oração em trabalho edificante. O discípulo nada reclama. E o Mestre, respondendo-lhe às orações, modifica-lhe a vontade, todos os dias, alijando-lhe do pensamento os objetivos inferiores.
O coração unido a Jesus é um servo alegre e silencioso.
Disse-lhe o Mestre: Levanta-te e segue-me. E ele ergueu-se e seguiu.

168 
Na meditação

“E foram sós num barco para um lugar deserto.” – (Marcos, 6:32.)
Tuas mãos permanecem extenuadas por fazer e desfazer.
Teus olhos, naturalmente, estão cheios da angústia recolhida nas perturbações ambientes.
Doem-te os pés nas recapitulações dolorosas.
Teus sentimentos vão e vêm, através de impulsos tumultuários, influenciados por mil pessoas diversas.
Tens o coração atormentado.
É natural. Nossa mente sofre sede de paz, como a terra seca tem necessidade de água fria.
Vem a um lugar à parte, no país de ti mesmo, a fim de repousar um pouco. Esquece as fronteiras sociais, os controles domésticos, as incompreensões dos parentes, os assuntos difíceis, os problemas inquietantes, as idéias inferiores.
Retira-te dos lugares comuns a que ainda te prendes.
Concentra-te, por alguns minutos, em companhia do Cristo, no barco de teus pensamentos mais puros, sobre o mar das preocupações cotidianas...
Ele te lavará a mente eivada de aflições.
Balsamizará tuas úlceras.
Dar-te-á salutares alvitres.
Basta que te cales e sua voz falará no sublime silêncio.
Oferece-lhe um coração valoroso na fé e na realização, e seus braços divinos farão o resto.
Regressarás, então, aos círculos de luta, revigorado, forte e feliz.
Teu coração com Ele, a fim de agires, com êxito, no vale do serviço.
Ele contigo, para escalares, sem cansaço, a montanha da luz.

169 
No quadro real

“Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, assim como eu do mundo não sou.” – Jesus. (João, 17:14.)
Aprendizes do Evangelho, à espera de facilidades humanas, constituirão sempre assembléias do engano voluntário.
O Senhor não prometeu aos companheiros senão continuado esforço contra as sombras até à vitória final do bem.
O cristão não é flor de ornamento para igrejas isoladas. É “sal da Terra”, força de preservação dos princípios divinos no santuário do mundo inteiro.
A palavra de Jesus, nesse particular, não padece qualquer dúvida:
“Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Amai vossos inimigos.
Orai pelos que vos perseguem e caluniam.
Bendizei os que vos maldizem.
Emprestai sem nada esperardes.
Não julgueis para não serdes julgados.
Entre vós, o maior seja servo de todos.
Buscai a porta estreita.
Eis que vos envio como ovelhas ao meio dos lobos.
No mundo, tereis tribulações.”
Mediante afirmativas tão claras, é impossível aguardar em Cristo um doador de vida fácil. Ninguém se aproxime dEle sem o desejo sincero de aprender a melhorar-se. Se Cristianismo é esperança sublime, amor celeste e fé restauradora, é também trabalho, sacrifício, aperfeiçoamento incessante.
Comprovando suas lições divinas, o Mestre Supremo viveu servindo e morreu na cruz.



CONTINÚA AMANHÃ

Nenhum comentário: