terça-feira, 5 de março de 2013

CAMINHO, VERDADE E VIDA - LIVRO DE CHICO XAVIER

CONTINUAÇÃO



159 
A quem segues?

“Mas vós não aprendestes assim a Cristo.” – Paulo. (Efésios, 4:20.)
O homem, como é natural, encontrará diversas sugestões no caminho. Não somente do plano material receberá certos alvitres tendentes a desviá-lo das realizações mais nobres. A esfera invisível, imediata ao círculo de suas cogitações, igualmente pode oferecer-lhe determinadas perspectivas que se não coadunam com os deveres elevados que a existência implica em si mesma.
Na consideração desse problema, os discípulos sinceros compreendem a necessidade de sua centralização em Jesus-Cristo.
Quando esse imperativo é esquecido, as maiores perturbações podem ocorrer.
O aprendiz menos centralizado nos ensinos do Mestre acredita que pode servir a dois senhores e, por vezes, chega a admitir que é possível atender a todos os desvairamentos dos sentidos, sem prejudicar a paz de sua alma. Justifica-se, para isso, em doutrinas novas, filhas das novidades científicas do século; vale-se de certos filósofos improvisados que conferem demasiado valor aos instintos; mas, chegado a esse ponto, prepare-se para os grandes fracassos porque a necessidade de edificação espiritual permanece viva e cada vez mais imperiosa. Poderá recorrer aos conceitos dos pretensos sábios do mundo, entretanto, Jesus não ensinou assim.

160 
O varão da Macedônia

“E Paulo teve de noite uma visão em que se apresentou, em pé, um varão da Macedônia e lhe rogou: Passa à Macedônia e ajuda-nos!” – (Atos, 16:9.)
Além das atividades diárias na vida de relação, participam os homens de vasto movimento espiritual, cujas fases de intercâmbio nem sempre podem ser registradas pela memória vulgar.
Não só os que demandam o sepulcro se comunicam pelo processo das vibrações psíquicas.
Os espíritos encarnados fazem o mesmo, em identidade de circunstâncias, desde que se achem aptos a semelhantes realizações.
Mais tarde, a generalidade das criaturas terrestres ampliará essas possibilidades, percebendo-lhes o admirável valor.
Isso, aliás, não constitui novidade, pois, segundo vemos, Paulo de Tarso, em Tróade, recebe a visita espiritual de um varão da Macedônia, que lhe pede auxílio.
A narração apostólica é muito clara. O amigo dos gentios tem uma visão em que lhe não surge uma figura angélica ou um mensageiro divino. Trata-se de um homem da Macedônia que o ex-doutor de Tarso identifica pelo vestuário e pelas palavras.
É útil recordar semelhante ocorrência para que se consolide nos discípulos sinceros a certeza de que o Evangelho é portador de todos os ensinamentos essenciais e necessários, sem nos impor a necessidade de recorrer a nomenclaturas difíceis, distantes da simplicidade com que o Mestre nos legou a carta de redenção, na qual nos pede atenção amorosa e não teorias complicadas.

161 
Aproveitemos

“E destas coisas sois vós testemunhas.” – (Lucas, 24:48.)
Jesus sempre aproveitou o mínimo para produzir o máximo.
Com três anos de apostolado acendeu luzes para milênios.
Congregando pequena assembléia de doze companheiros, renovou o mundo.
Com uma pregação na montanha inspirou milhões de almas para a vida eterna.
Converte a esmola de uma viúva em lição imperecível de solidariedade.
Corrigindo alguns espíritos perturbados, transforma o sistema judiciário da Terra, erigindo o “amai-vos uns aos outros” para a felicidade humana.
De cinco pães e dois peixes, retira o alimento para milhares de famintos.
Da ação de um Zaqueu bem-intencionado, traça programa edificante para os mordomos da fortuna material.
Da atitude de um fariseu orgulhoso, extrai a verdade que confunde os crentes menos sinceros.
Curando alguns doentes, institui a medicina espiritual para todos os centros da Terra.
Faz dum grão de mostarda maravilhoso símbolo do Reino de Deus.
De uma dracma perdida, forma ensinamento inesquecível sobre o amor espiritual.
De uma cruz grosseira, grava a maior lição de Divindade na História.
De tudo isso somos testemunhas em nossa condição de beneficiários. Em razão de nosso conhecimento, convém ouvirmos a própria consciência. Que fazemos das bagatelas de nosso caminho? Estaremos aproveitando nossas oportunidades para fazer algo de bom?



CONTINÚA AMANHÃ

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