156
Intuição
“Porque a profecia jamais foi produzida por vontade de
homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito
Santo.” – (2ª Epístola de Pedro, 1:21.)
Todos os homens participam dos poderes da intuição, no divino
tabernáculo da consciência, e todos podem desenvolver suas possibilidades nesse
sentido, no domínio da elevação espiritual.
Não são fundamentalmente necessárias as grandes manifestações
fenomênicas da mediunidade para que se estabeleçam movimentos de intercâmbio
entre os planos visível e invisível.
Todas as noções que dignificam a vida humana vieram da esfera
superior. E essas idéias nobilitantes não se produziram por vontade de homem
algum, porque os raciocínios propriamente terrestres sempre se inclinam para a
materialidade em seu arraigado egoísmo.
A revelação divina, significando o que a Humanidade possui de
melhor, é cooperação da espiritualidade sublime, trazida às criaturas pelos
colaboradores de Jesus, através da exemplificação, dos atos e das palavras dos
homens retos que, a golpes de esforço próprio, quebram o círculo de
vulgaridades que os rodeia, tornando-se instrumentos de renovação necessária.
A faculdade intuitiva é instituição universal. Através de
seus recursos, recebe o homem terrestre as vibrações da vida mais alta, em
contribuições religiosas, filosóficas, artísticas e científicas, ampliando
conquistas sentimentais e culturais, colaboração essa que se verifica sempre,
não pela vontade da criatura, mas pela concessão de Deus.
157
Faze isso e viverás
“E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás.” –
(Lucas, 10:28.)
O caso daquele doutor da Lei que interpelou o Mestre a respeito
do que lhe competia fazer para herdar a vida eterna, reveste-se de grande
interesse para quantos procuram a bênção do Cristo.
A palavra de Lucas é altamente elucidativa.
Não se surpreende Jesus com a pergunta e, conhecendo a
elevada condição intelectual do consulente, indaga acerca da sua concepção da
Lei e fá-lo sentir que a resposta à interrogação já se achava nele mesmo,
insculpida na tábua mental de seus conhecimentos.
Respondeste bem, diz o Mestre. E acrescenta:
Faze isso, e viverás.
Semelhante afirmação destaca-se singularmente, porque o
Cristo se dirigia a um homem em plena força de ação vital, declarando
entretanto: Faze isso, e viverás.
É que o viver não se circunscreve ao movimento do corpo, nem
à exibição de certos títulos convencionais. Estende-se a vida a esferas mais
altas, a outros campos de realização superior com a espiritualidade sublime.
A mesma cena evangélica diariamente se repete em muitos
setores. Grande número de aprendizes, plenamente integrados no conhecimento do
dever que lhes compete, tocam a pedir orientação dos Mensageiros Divinos,
quanto à melhor maneira de agir na Terra... A resposta, porém, está neles
mesmos, em seus corações que temem a responsabilidade, a decisão e o serviço
áspero...
Se já foste banhado pela claridade da fé viva, se foste beneficiado
pelos princípios da salvação, executa o que aprendeste do nosso Divino Mestre:
Faze isso, e viverás.
158
Batismo
“E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor
Jesus.” – (Atos, 19:5.)
Nos vários departamentos da atividade cristã, em todos os
tempos, surgem controvérsias relativamente aos problemas do batismo na fé.
O sacerdócio criou, para isso, cerimoniais e sacramentos. Há
batismos de recém-natos, na Igreja Romana; em outros centros evangélicos, há
batismo de pessoas adultas. No entanto, o crente poderia analisar devidamente o
assunto, extraindo melhores ilações com a ascendência da lógica. A renovação
espiritual não se verificará tão-só com o fato de se aplicar mais água ou menos
água ou com a circunstância de processar-se a solenidade exterior nessa ou
naquela idade física do candidato.
Determinadas cerimônias materiais, nesse sentido, eram
compreensíveis nas épocas recuadas em que foram empregadas.
Sabemos que o curso primário, na instrução infantil,
necessita de colaboração de figuras para que a memória da criança atravesse os
umbrais do conhecimento.
O Evangelho, porém, nas suas luzes ocultas, faz imensa claridade
sobre a questão do batismo.
“E os que ouviram foram batizados em nome de Jesus.”
Aí reside a sublime verdade. A bendita renovação da alma
pertence àqueles que ouviram os ensinamentos do Mestre Divino, exercitando-lhes
a prática. Muitos recebem notícias do Evangelho, todos os dias, mas somente os
que ouvem estarão transformados.
CONTINÚA AMANHÃ
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