CONTINUAÇÃO
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Lição viva
“Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” – (João, 6:60.)
O Cristianismo é a suprema religião da verdade e do amor,
convocando corações para a vida mais alta.
Em vista de religião traduzir religamento, é primordial
voltarmo-nos para Deus, tornarmos ao campo da Divindade.
Jesus apresentou a sua plataforma de princípios imortais.
Rasgou os caminhos. Não enganou a ninguém, relativamente às dificuldades e
obstáculos.
É necessário, esclareceu o Senhor, negarmos a vaidade
própria, arrependermo-nos de nossos erros e convertermo-nos ao bem.
O evangelista assinalou a observação de muitos dos discípulos:
“Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”
Sim, efetivamente é indispensável romper com as alianças da
queda e assinar o pacto da redenção.
É imprescindível seguir nos caminhos dAquele que é a luz de
nossa vida.
Para isso, as palavras brilhantes e os artifícios
intelectuais não bastam. O problema é de “quem pode ouvir” a Divina Mensagem,
compreendendo-a com o Cristo e seguindo-lhe os passos.
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Opiniões convencionais
“A multidão respondeu: Tens demônio; quem procura
matar-te?” – (João, 7:20.)
Não te prendas excessivamente aos juízos da multidão. O
convencionalismo e o hábito possuem sobre ela forças vigorosas.
Se toleras ofensas com amor, chama-te covarde.
Se perdoas com desinteresse, considera-te tolo.
Se sofres com paciência, nega-te valor.
Se espalhas o bem com abnegação, acusa-te de louco.
Se adquires característicos do amor sublime e santificante,
julga-te doente.
Se desestimas os gozos vulgares, classifica-te de anormal.
Se te mostras piedoso, assevera que te envelheceste e cansaste
antes do tempo.
Se adotas a simplicidade por norma, ironiza-te às ocultas.
Se respeitas a ordem e a hierarquia, qualifica-te de
bajulador.
Se reverencias a Lei, aponta-te como medroso.
Se és prudente e digno, chama-te fanático e perturbado.
No entanto, essa mesma multidão, pela voz de seus maiorais,
ensina o amor aos semelhantes, o culto da legalidade e a religião do dever. Em
seus círculos, porém, o excesso de palavras não permite, por enquanto, o reinado
da compreensão.
É indispensável suportar-lhe a inconsciência para atendermos
com proveito às nossas obrigações perante Deus.
Não te irrites, nem desanimes.
O próprio Jesus foi alvo, sem razão de ser, dos sarcasmos da
opinião pública.
178
A porta divina
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim,
salvar-se-á.” – Jesus. (João, 10:9.)
Nos caminhos da vida, cada companheiro portador de expressão
intelectual um pouco mais alta converte-se naturalmente em voz imperiosa para
os nossos ouvidos. E cada pessoa que segue à frente de nós abre portas ao nosso
espírito.
Os inconformados abrem estradas à rebelião e à indisciplina.
Os velhacos oferecem passagem para o cativeiro em que exerçam
dominação.
Os escritores de futilidades fornecem passaporte para a província
do tempo perdido.
Os maledicentes encaminham quem os ouve a fontes envenenadas.
Os viciosos quebram as barreiras benéficas do respeito
fraternal, desvendando despenhadeiros onde o perigo é incessante.
Os preguiçosos conduzem à guerra contra o trabalho construtivo.
Os perversos escancaram os precipícios do crime.
Ainda que não percebas, várias pessoas te abrem portas, cada
dia, através da palavra falada ou escrita, da ação ou do exemplo.
Examina onde entras com o sagrado depósito da confiança.
Muita vez, perderás longo tempo para retomar o caminho que te é próprio.
Não nos esqueçamos de que Jesus é a única porta de verdadeira
libertação.
Através de muitas estações no campo da Humanidade, é provável
recebamos proveitosas experiências, amealhando-as à custa de desenganos
terríveis, mas só em Cristo, no clima sagrado de aplicação dos seus princípios,
é possível encontrar a passagem abençoada de definitiva salvação.
CONTINÚA AMANHÃ
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