segunda-feira, 11 de março de 2013

CAMINHO, VERDADE E VIDA - LIVRO DE CHICO XAVIER



CONTINUAÇÃO

176 
Lição viva

“Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” – (João, 6:60.)
O Cristianismo é a suprema religião da verdade e do amor, convocando corações para a vida mais alta.
Em vista de religião traduzir religamento, é primordial voltarmo-nos para Deus, tornarmos ao campo da Divindade.
Jesus apresentou a sua plataforma de princípios imortais. Rasgou os caminhos. Não enganou a ninguém, relativamente às dificuldades e obstáculos.
É necessário, esclareceu o Senhor, negarmos a vaidade própria, arrependermo-nos de nossos erros e convertermo-nos ao bem.
O evangelista assinalou a observação de muitos dos discípulos: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”
Sim, efetivamente é indispensável romper com as alianças da queda e assinar o pacto da redenção.
É imprescindível seguir nos caminhos dAquele que é a luz de nossa vida.
Para isso, as palavras brilhantes e os artifícios intelectuais não bastam. O problema é de “quem pode ouvir” a Divina Mensagem, compreendendo-a com o Cristo e seguindo-lhe os passos.

177 
Opiniões convencionais

“A multidão respondeu: Tens demônio; quem procura matar-te?” – (João, 7:20.)
Não te prendas excessivamente aos juízos da multidão. O convencionalismo e o hábito possuem sobre ela forças vigorosas.
Se toleras ofensas com amor, chama-te covarde.
Se perdoas com desinteresse, considera-te tolo.
Se sofres com paciência, nega-te valor.
Se espalhas o bem com abnegação, acusa-te de louco.
Se adquires característicos do amor sublime e santificante, julga-te doente.
Se desestimas os gozos vulgares, classifica-te de anormal.
Se te mostras piedoso, assevera que te envelheceste e cansaste antes do tempo.
Se adotas a simplicidade por norma, ironiza-te às ocultas.
Se respeitas a ordem e a hierarquia, qualifica-te de bajulador.
Se reverencias a Lei, aponta-te como medroso.
Se és prudente e digno, chama-te fanático e perturbado.
No entanto, essa mesma multidão, pela voz de seus maiorais, ensina o amor aos semelhantes, o culto da legalidade e a religião do dever. Em seus círculos, porém, o excesso de palavras não permite, por enquanto, o reinado da compreensão.
É indispensável suportar-lhe a inconsciência para atendermos com proveito às nossas obrigações perante Deus.
Não te irrites, nem desanimes.
O próprio Jesus foi alvo, sem razão de ser, dos sarcasmos da opinião pública.

178 
A porta divina

“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á.” – Jesus. (João, 10:9.)
Nos caminhos da vida, cada companheiro portador de expressão intelectual um pouco mais alta converte-se naturalmente em voz imperiosa para os nossos ouvidos. E cada pessoa que segue à frente de nós abre portas ao nosso espírito.
Os inconformados abrem estradas à rebelião e à indisciplina.
Os velhacos oferecem passagem para o cativeiro em que exerçam dominação.
Os escritores de futilidades fornecem passaporte para a província do tempo perdido.
Os maledicentes encaminham quem os ouve a fontes envenenadas.
Os viciosos quebram as barreiras benéficas do respeito fraternal, desvendando despenhadeiros onde o perigo é incessante.
Os preguiçosos conduzem à guerra contra o trabalho construtivo.
Os perversos escancaram os precipícios do crime.
Ainda que não percebas, várias pessoas te abrem portas, cada dia, através da palavra falada ou escrita, da ação ou do exemplo.
Examina onde entras com o sagrado depósito da confiança. Muita vez, perderás longo tempo para retomar o caminho que te é próprio.
Não nos esqueçamos de que Jesus é a única porta de verdadeira libertação.
Através de muitas estações no campo da Humanidade, é provável recebamos proveitosas experiências, amealhando-as à custa de desenganos terríveis, mas só em Cristo, no clima sagrado de aplicação dos seus princípios, é possível encontrar a passagem abençoada de definitiva salvação.



CONTINÚA AMANHÃ

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