CONTINUAÇÃO
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Zelo próprio
“Olhai por vós mesmos, para que não percais o vosso
trabalho, mas antes recebais o inteiro galardão.” – (2ª Epístola à João, 1:8.)
A natureza física, não obstante a deficiência de suas
expressões em face da grandeza espiritual da vida, fornece vasto repositório de
lições, alusivas ao zelo próprio.
A fim de que o Espírito receba o sagrado ensejo de aprender
na Terra, receberá um corpo equivalente a verdadeiro santuário, Os órgãos e os
sentidos são as suas potências; mas, semelhante tabernáculo não se ergueria sem
as dedicações maternas e, quando a criatura toma conta de si, gastará grande
percentagem de tempo na limpeza, conservação e defesa do templo de carne em que
se manifesta. Precisará cuidar da epiderme, da boca, dos olhos, das mãos, dos
ouvidos.
Que acontecerá se algum departamento do corpo for esquecido?
Excrescências e sujidades trarão veneno à vida.
Se o quadro fisiológico, passageiro e mortal, exige tudo
isso, que não requer de nossa dedicação o Espírito com os seus valores eternos?
Se já recebeste alguma luz, desvela-te em não perdê-la.
Intensifica-a em ti.
Lava os teus pensamentos em esforço diário, nas fontes do
Cristo; corrige os teus sentimentos, renova as aspirações colocando-as na
direção de Mais Alto.
Não te cristalizes.
Movimenta-te no trabalho do zelo próprio, pois há “micróbios
intangíveis” que podem atacar a alma e paralisá-la durante séculos.
121
Espinheiros
“Nem se vindimam uvas dos abrolhos.” – Jesus. (Lucas, 6:44.)
O cristão é um combatente ativo.
Despertando no campo do Senhor, aturde-se-lhe a visão com a
amplitude e complexidade do trabalho.
Dificuldades, tropeços, cipoais, ervas daninhas...
E o Evangelho, com propriedade de conceituação, elucida que
não se pode vindimar nos espinheiros.
Entretanto, teria Jesus assumido a paternidade de semelhante
afirmativa para que cruzemos os braços em falsa beatitude?
Se o terreno permanece absorvido pelos abrolhos, o discípulo
recebeu inúmeras ferramentas do Mestre dos mestres.
Indispensável, pois, enfrentar o serviço.
O Cristo encarou, face a face, o sacrifício pela Humanidade
inteira.
Será a existência de alguns espinheiros a causa de nossos
obstáculos insuperáveis?
Não. Se hoje é impossível a vindima, ataquemos o chão duro.
Lavremos o solo árido. Adubemos com suor e lágrimas.
Haverá sempre chuvas fecundantes do Céu ou generosos mananciais
da Terra, abençoando-nos o esforço.
A Divina Providência reside em toda parte. Não olvidemos o
imperativo do trabalho e, depois, em lugar dos abrolhos, colheremos o fruto
suave e doce da videira.
122
Frutos
“Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.” – Jesus.
(Mateus, 7:20.)
O mundo atual, em suas elevadas características de inteligência,
reclama frutos para examinar as sementes dos princípios.
O cristão, em razão disso, necessita aprender com a boa
árvore que recebe os elementos da Providência Divina, através da seiva, e
converte-os em utilidades para as criaturas.
Convém o esforço de auto-análise, a fim de identificarmos a
qualidade das próprias ações.
Muitas palavras sonoras proporcionam simplesmente a impressão
daquela figueira condenada.
É indispensável conhecermos os frutos de nossa vida, de modo
a saber se beneficiam os nossos irmãos.
A vida terrestre representa oportunidade vastíssima, cheia de
portas e horizontes para a eterna luz. Em seus círculos, pode o homem receber
diariamente a seiva do Alto, transformando-a em frutos de natureza divina.
Indiscutivelmente, a atualidade reclama ensinos edificantes,
mas nada compreenderá sem demonstrações práticas, mesmo porque, desde a
antigüidade, considera a sabedoria que a realização mais difícil do homem, na
esfera carnal, é viver e morrer fiel ao supremo bem.
CONTINÚA AMANHÃ
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