quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CAMINHO VERDADE E VIDA - LIVRO DE CHICO XAVIER



CONTINUAÇÃO

120 
Zelo próprio

“Olhai por vós mesmos, para que não percais o vosso trabalho, mas antes recebais o inteiro galardão.” – (2ª Epístola à João, 1:8.)
A natureza física, não obstante a deficiência de suas expressões em face da grandeza espiritual da vida, fornece vasto repositório de lições, alusivas ao zelo próprio.
A fim de que o Espírito receba o sagrado ensejo de aprender na Terra, receberá um corpo equivalente a verdadeiro santuário, Os órgãos e os sentidos são as suas potências; mas, semelhante tabernáculo não se ergueria sem as dedicações maternas e, quando a criatura toma conta de si, gastará grande percentagem de tempo na limpeza, conservação e defesa do templo de carne em que se manifesta. Precisará cuidar da epiderme, da boca, dos olhos, das mãos, dos ouvidos.
Que acontecerá se algum departamento do corpo for esquecido? Excrescências e sujidades trarão veneno à vida.
Se o quadro fisiológico, passageiro e mortal, exige tudo isso, que não requer de nossa dedicação o Espírito com os seus valores eternos?
Se já recebeste alguma luz, desvela-te em não perdê-la.
Intensifica-a em ti.
Lava os teus pensamentos em esforço diário, nas fontes do Cristo; corrige os teus sentimentos, renova as aspirações colocando-as na direção de Mais Alto.
Não te cristalizes.
Movimenta-te no trabalho do zelo próprio, pois há “micróbios intangíveis” que podem atacar a alma e paralisá-la durante séculos.

121 
Espinheiros

“Nem se vindimam uvas dos abrolhos.” – Jesus. (Lucas, 6:44.)
O cristão é um combatente ativo.
Despertando no campo do Senhor, aturde-se-lhe a visão com a amplitude e complexidade do trabalho.
Dificuldades, tropeços, cipoais, ervas daninhas...
E o Evangelho, com propriedade de conceituação, elucida que não se pode vindimar nos espinheiros.
Entretanto, teria Jesus assumido a paternidade de semelhante afirmativa para que cruzemos os braços em falsa beatitude?
Se o terreno permanece absorvido pelos abrolhos, o discípulo recebeu inúmeras ferramentas do Mestre dos mestres.
Indispensável, pois, enfrentar o serviço.
O Cristo encarou, face a face, o sacrifício pela Humanidade inteira.
Será a existência de alguns espinheiros a causa de nossos obstáculos insuperáveis?
Não. Se hoje é impossível a vindima, ataquemos o chão duro. Lavremos o solo árido. Adubemos com suor e lágrimas.
Haverá sempre chuvas fecundantes do Céu ou generosos mananciais da Terra, abençoando-nos o esforço.
A Divina Providência reside em toda parte. Não olvidemos o imperativo do trabalho e, depois, em lugar dos abrolhos, colheremos o fruto suave e doce da videira.

 122 
Frutos

“Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.” – Jesus. (Mateus, 7:20.)
O mundo atual, em suas elevadas características de inteligência, reclama frutos para examinar as sementes dos princípios.
O cristão, em razão disso, necessita aprender com a boa árvore que recebe os elementos da Providência Divina, através da seiva, e converte-os em utilidades para as criaturas.
Convém o esforço de auto-análise, a fim de identificarmos a qualidade das próprias ações.
Muitas palavras sonoras proporcionam simplesmente a impressão daquela figueira condenada.
É indispensável conhecermos os frutos de nossa vida, de modo a saber se beneficiam os nossos irmãos.
A vida terrestre representa oportunidade vastíssima, cheia de portas e horizontes para a eterna luz. Em seus círculos, pode o homem receber diariamente a seiva do Alto, transformando-a em frutos de natureza divina.
Indiscutivelmente, a atualidade reclama ensinos edificantes, mas nada compreenderá sem demonstrações práticas, mesmo porque, desde a antigüidade, considera a sabedoria que a realização mais difícil do homem, na esfera carnal, é viver e morrer fiel ao supremo bem.



CONTINÚA AMANHÃ

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