Francisco Cândido Xavier
Caminho, Verdade e Vida
1o livro da Coleção “Fonte Viva”
(Interpretação dos Textos Evangélicos)
Ditado pelo Espírito
Emmanuel
1
O tempo
“Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz.” –
Paulo. (Romanos, 14:6.)
A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos
do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina.
Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante
presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável
que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura
não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de
seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo
estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar
que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte
as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a
inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas
exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e
iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis
divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é
dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira
das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e
destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da
experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o
abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos
séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.
2
Segue-me tu
“Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu
venha, que te importa a ti? Segue-me tu.” – (João, 21:22.)
Nas comunidades de trabalho cristão, muitas vezes observamos
companheiros altamente preocupados com a tarefa conferida a outros irmãos de
luta.
É justo examinar, entretanto, como se elevaria o mundo se
cada homem cuidasse de sua parte, nos deveres comuns, com perfeição e
sinceridade.
Algum de nossos amigos foi convocado para obrigações diferentes?
Confortemo-lo com a legítima compreensão.
Às vezes, surge um deles, modificado ao nosso olhar. Há cooperadores
que o acusam. Muitos o consideram portador de perigosas tentações.
Movimentam-se comentários e julgamentos à pressa.
Quem penetrará, porém, o campo das causas? Estaríamos na
elevada condição daquele que pode analisar um acontecimento, através de todos
os ângulos? Talvez o que pareça queda ou defecção pode constituir novas
resoluções de Jesus, relativamente à redenção do amigo que parece agora
distante.
O Bom Pastor permanece vigilante. Prometeu que das ovelhas
que o Pai lhe confiou nenhuma se perderá.
Convém, desse modo, atendermos com perfeição aos deveres que
nos foram deferidos. Cada qual necessita conhecer as obrigações que lhe são
próprias.
Nesse padrão de conhecimento e atitude, há sempre muito
trabalho nobre a realizar.
Se um irmão parece desviado aos teus olhos mortais, faze o
possível por ouvir as palavras de Jesus ao pescador de Cafarnaum: “Que te
importa a ti? Segue-me tu.”
CONTINUA AMANHÃ
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