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Prática do bem
“Porque assim é a vontade de Deus que, fazendo o bem,
tapeis a boca à ignorância dos homens loucos.” – (1ª Epístola de Pedro, 2:15.)
À medida que o espírito avulta em conhecimento, mais compreende
o valor do tempo e das oportunidades que a vida maior lhe proporciona,
reconhecendo, por fim, a imprudência de gastar recursos preciosos em discussões
estéreis e caprichosas.
O apóstolo Pedro recomenda seja lembrado que é da vontade de
Deus se faça o bem, impondo silêncio à ignorância e à loucura dos homens.
Uma contenda pode perdurar por muitos anos, com graves
desastres para as forças em litígio; todavia, basta uma expressão de renúncia
para que a concórdia se estabeleça num dia.
No serviço divino, é aconselhável não disputar, a não ser
quando o esclarecimento e a energia traduzem caridade. Nesse caminho, a prática
do bem é a bússola do ensino.
Antecedendo qualquer disputa, convém dar algo de nós mesmos.
Isso é útil e convincente.
O bem mais humilde é semente sagrada.
Convocado a discutir, Jesus imolou-se.
Por se haver transformado ele próprio em divina luz,
dominou-nos a treva da ignorância humana.
Não parlamentou conosco. Ao invés disso, converteu-nos.
Não reclamou compreensão. Entendeu a nossa loucura, localizou-nos
a cegueira e amparou-nos ainda mais.
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Ministérios
“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu,
como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” – (1ª Epístola de Pedro, 4:10.)
Toda criatura recebe do Supremo Senhor o dom de servir como
um ministério essencialmente divino.
Se o homem levanta tantos problemas de solução difícil, em
suas lutas sociais, é que não se capacitou, ainda, de tão elevado ensinamento.
O quadro da evolução terrestre apresenta divisão entre os que
denominais “magnatas” e “proletários”, porquanto, de modo geral, não se
entendeu até agora no mundo a dignidade do trabalho honesto, por mais humilde
que seja.
É imprescindível haja sempre profissionais de limpeza
pública, desbravadores de terras insalubres, chefes de fábricas, trabalhadores
de imprensa.
Os homens não compreenderam, ainda, que a oportunidade de
cooperar nos trabalhos da Terra transforma-os em despenseiros da graça de Deus.
Chegará, contudo, a época em que todos se sentirão ricos. A noção de “capitalista”
e “operário” estará renovada. Entender-se-ão ambos como eficientes servidores
do Altíssimo.
O jardineiro sentirá que o seu ministério é irmão da tarefa
confiada ao gerente da usina.
Cada qual ministrará os bens recebidos do Pai, na sua própria
esfera de ação, sem a idéia egoística de ganhar para enriquecer na Terra, mas
de servir com proveito para enriquecer em Deus.
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Parentela
“E disse-lhe: Sai de tua terra e dentre a tua parentela
e dirige-te à terra que eu te mostrar.” – (Atos, 7:3.)
Nos círculos da fé, vários candidatos à posição de discípulos
de Jesus queixam-se da sistemática oposição dos parentes, com respeito aos
princípios que esposaram para as aquisições de ordem religiosa.
Nem sempre os laços de sangue reúnem as almas essencialmente
afins. Freqüentemente, pelas imposições da consangüinidade, grandes inimigos
são obrigados ao abraço diuturno, sob o mesmo teto.
É razoável sugerir-se uma divisão entre os conceitos de
“família” e “parentela”. O primeiro constituiria o símbolo dos laços eternos do
amor, o segundo significaria o cadinho de lutas, por vezes acerbas, em que devemos
diluir as imperfeições dos sentimentos, fundindo-os na liga divina do amor para
a eternidade. A família não seria a parentela, mas a parentela converter-se-ia,
mais tarde, nas santas expressões da família.
Recordamos tais conceitos a fim de acordar a vigilância dos
companheiros menos avisados.
A caminho de Jesus, será útil abandonar a esfera de
maledicências e incompreensões da parentela e pautar os atos na execução do
dever mais sublime, sem esmorecer na exemplificação, porquanto, assim, o
aprendiz fiel estará exortando-a, sem palavras, a participar dos direitos da
família maior, que é a de Jesus-Cristo.
CONTINÚA AMANHÃ
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