57
Dinheiro
“Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de
males; e, nessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos
com muitas dores.” – Paulo. (1ª Epístola a Timóteo, 6:10.)
Paulo não nos diz que o dinheiro, em si mesmo, seja flagelo
para a Humanidade.
Várias vezes, vemos o Mestre em contacto com o assunto,
contribuindo para que a nossa compreensão se dilate. Recebendo certos alvitres
do povo que lhe apresenta determinada moeda da época, com a efígie do imperador
romano, recomenda que o homem dê a César o que é de César, exemplificando o
respeito às convenções construtivas. Numa de suas mais lindas parábolas,
emprega o símbolo de uma dracma perdida. Nos movimentos do Templo, aprecia o
óbolo pequenino da viúva.
O dinheiro não significa um mal. Todavia, o apóstolo dos
gentios nos esclarece que o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males.
O homem não pode ser condenado pelas suas expressões financeiras, mas, sim,
pelo mau uso de semelhantes recursos materiais, porquanto é pela obsessão da
posse que o orgulho e a ociosidade, dois fantasmas do infortúnio humano, se
instalam nas almas, compelindo-as a desvios da luz eterna.
O dinheiro que te vem às mãos, pelos caminhos retos, que só a
tua consciência pode analisar à claridade divina, é um amigo que te busca a
orientação sadia e o conselho humanitário. Responderás a Deus pelas diretrizes
que lhe deres e ai de ti se materializares essa força benéfica no sombrio
edifício da iniqüidade!
58
Ganhar
“Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e
perder a sua alma?” – Jesus. (Marcos, 8:36.)
As criaturas terrestres, de modo geral, ainda não aprenderam
a ganhar. Entretanto, o espírito humano permanece no Planeta em busca de alguma
coisa. É indispensável alcançar valores de aperfeiçoamento para a vida eterna.
Recomendou Jesus aos seus tutelados procurassem, insistissem...
Significa isso que o homem se demora na Terra para ganhar na
luta enobrecedora.
Toda perturbação, nesse sentido, provém da mente viciada das
almas em desvio.
O homem está sempre decidido a conquistar o mundo, mas nunca
disposto a conquistar-se para uma esfera mais elevada. Nesse falso conceito,
subverte a ordem, nas oportunidades de cada dia. Se Deus lhe concede bastante
saúde física, costuma usá-la na aquisição da doença destruidora; se consegue
amealhar possibilidades financeiras, tenta açambarcar os interesses alheios.
O Mestre Divino não recomendou que a alma humana deva
movimentar-se despida de objetivos e aspirações de ganho; salientou apenas que
o homem necessita conhecer o que procura, que espécie de lucros almeja, a que
fins se propõe em suas atividades terrestres.
Se teus desejos repousam nas aquisições factícias,
relativamente a situações passageiras ou a patrimônios fadados ao apodrecimento,
renova, enquanto é tempo, a visão espiritual, porque de nada vale ganhar o
mundo que te não pertence e perderes a ti mesmo, indefinidamente, para a vida
imortal.
59
Os amados
“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.” –
Paulo. (Hebreus, 6:9.)
Comenta-se com amargura o progresso aparente dos ímpios.
Admira-se o crente da boa posição dos homens que desconhecem
o escrúpulo, muita vez altamente colocados na esfera financeira.
Muitos perguntam: “Onde está o Senhor que lhes não viu os
processos escusos?”
A interrogação, no entanto, evidencia mais ignorância que
sensatez. Onde a finalidade do tesouro amoedado do homem perverso? Ainda que
experimentasse na Terra inalterável saúde de cem anos, seria compelido a
abandonar o patrimônio para recomeçar o aprendizado.
A eternidade confere reduzida importância aos bens
exteriores. Aqueles que exclusivamente acumulam vantagens transitórias, fora de
sua alma, plenamente esquecidos da esfera interior, são dignos de piedade.
Deixarão tudo, quase sempre, ao sabor da irresponsabilidade.
Isso não acontece, porém, com os donos da riqueza espiritual.
Constituindo os amados de Deus, sentem-se identificados com o Pai, em qualquer
parte a que sejam conduzidos. Na dificuldade e na tormenta guardam a alegria da
herança divina que se lhes entesoura no coração.
Do ímpio, é razoável esperarmos a indiferença, a ambição, a
avareza, a preocupação de amontoar irrefletidamente; do ignorante, é natural
recebermos perguntas loucas. Entretanto, o apóstolo da gentilidade exclama com
razão: “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.”
CONTINÚA AMANHÃ
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