3
Examina-te
“Nada faças por contenda ou por vanglória, mas por
humildade.” - Paulo. (Filipenses, 2:3.)
O serviço de Jesus é infinito. Na sua órbita, há lugar para
todas as criaturas e para todas as idéias sadias em sua expressão substancial.
Se, na ordem divina, cada árvore produz segundo a sua espécie,
no trabalho cristão, cada discípulo contribuirá conforme sua posição evolutiva.
A experiência humana não é uma estação de prazer. O homem
permanece em função de aprendizado e, nessa tarefa, é razoável que saiba
valorizar a oportunidade de aprender, facilitando o mesmo ensejo aos
semelhantes.
O apóstolo Paulo compreendeu essa verdade, afirmando que nada
deveremos fazer por espírito de contenda e vanglória, mas, sim, por ato de
humildade.
Quando praticares alguma ação que ultrapasse o quadro das
obrigações diárias, examina os móveis que a determinaram. Se resultou do desejo
injusto de supremacia, se obedeceu somente à disputa desnecessária, cuida de
teu coração para que o caminho te seja menos ingrato. Mas se atendeste ao
dever, ainda que hajas sido interpretado como rigorista e exigente,
incompreensivo e infiel, recebe as observações indébitas e passa adiante.
Continua trabalhando em teu ministério, recordando que, por
servir aos outros, com humildade, sem contendas e vanglórias, Jesus foi tido
por imprudente e rebelde, traidor da lei e inimigo do povo, recebendo com a
cruz a coroa gloriosa.
4
Trabalho
“E Jesus lhes respondeu: Meu Pai obra até agora, e eu
trabalho também.” – (João, 5:17.)
Em todos os recantos observamos criaturas queixosas e insatisfeitas.
Quase todas pedem socorro. Raras amam o esforço que lhes foi
conferido. A maioria revolta-se contra o gênero de seu trabalho.
Os que varrem as ruas querem ser comerciantes; os
trabalhadores do campo prefeririam a existência na cidade.
O problema, contudo, não é de gênero de tarefa, mas o de
compreensão da oportunidade recebida.
De modo geral, as queixas, nesse sentido, são filhas da
preguiça inconsciente. É o desejo ingênito de conservar o que é inútil e
ruinoso, das quedas no pretérito obscuro.
Mas Jesus veio arrancar-nos da “morte no erro”.
Trouxe-nos a bênção do trabalho, que é o movimento incessante
da vida.
Para que saibamos honrar nosso esforço, referiu-se ao Pai que
não cessa de servir em sua obra eterna de amor e sabedoria e à sua tarefa
própria, cheia de imperecível dedicação à Humanidade.
Quando te sentires cansado, lembra-te de que Jesus está
trabalhando. Começamos ontem nosso humilde labor e o Mestre se esforça por nós,
desde quando?
5
Bases
“Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe
Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo.” – (João, 13:8.)
É natural vejamos, antes de tudo, na resolução do Mestre, ao
lavar os pés dos discípulos, uma demonstração sublime de humildade
santificante.
Primeiramente, é justo examinarmos a interpretação
intelectual, adiantando, porém, a análise mais profunda de seus atos divinos. É
que, pela mensagem permanente do Evangelho, o Cristo continua lavando os pés de
todos os seguidores sinceros de sua doutrina de amor e perdão.
O homem costuma viver desinteressado de todas as suas
obrigações superiores, muitas vezes aplaudindo o crime e a inconsciência.
Todavia, ao contacto de Jesus e de seus ensinamentos sublimes, sente que pisará
sobre novas bases, enquanto que suas apreciações fundamentais da existência são
muito diversas.
Alguém proporciona leveza aos seus pés espirituais para que
marche de modo diferente nas sendas evolutivas.
Tudo se renova e a criatura compreende que não fora essa intervenção
maravilhosa e não poderia participar do banquete da vida real.
Então, como o apóstolo de Cafarnaum, experimenta novas
responsabilidades no caminho e, desejando corresponder à expectativa divina,
roga a Jesus lhe lave, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.
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